Museu da Moto de Tiradentes: modelos raros, nacionais e exóticos

Museu da Motocicleta reúne acervo de modelos raros, nacionais e exóticos, contando a história das duas rodas através do tempo

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Por Teo Mascarenhas
Publicado em 16/02/2018 às 13h31
Atualizado em 12/02/2020 às 18h17

Rômulo Filgueiras, sem qualquer ajuda oficial, construiu o Museu da Moto, em Tiradentes, Minas Gerais, em uma área de 2.800 metros quadrados; que inclui, além do espaço de exposição das motos, amplo estacionamento, loja e café. Também está nos planos incluir uma coleção de miniaturas, uma biblioteca e acervo para consultas – além de oficina de restauração.

Para entender o presente e vislumbrar o futuro, é preciso conhecer o passado. A coleção reúne mais de 80 modelos e cerca de 20 em restauração (além de constante negociação para ampliar e compor o acervo), que vão do fim do século XVIII à década de 1990, além de muitas curiosidades e modelos exóticos.

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FN, de 1909, com sidecar de vime e motor de 1,5 cv: considerada a moto mais antiga do Brasil.

A belga FN com 1,5 cv de potência, de 1909, por exemplo, é considerada o modelo mais antigo do Brasil. Além do celerífero francês, de 1790, em madeira, com tração humana. Este é considerado o conceito que deu origem às motos. Sem motor, a Draisiana, desenvolvimento do celerífero, de 1817, está completando 201 anos. Já conta com regulagem de banco e com o guidão para direcionar a roda dianteira.

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Celerífero francês de 1790: onde tudo começou

O acervo também conta com motos que vieram com os imigrantes para colonizar diversas partes do país. São modelos americanos, asiáticos e europeus; incluindo muitos do leste: Checoslováquia, Rússia, Hungria e Bielorrússia, com marcas que ainda são produzidas e outras que já não existem mais.

Draisiana é aperfeiçoamento do Celerífero e conta com banco regulável, freio e guidão

Na década de 1920, destaque para a Triumph 500 de 1928 e a Sarolea 350 de 1929. Na década de 1930, a DKW 200 de 1935 é a representante. Na década de 1940, o modelo de origem inglesa Royal Enfield 350 Bullet, de 1947, é a grande atração. A marca voltou ao Brasil oficialmente, via Índia, e comercializa as Bullet, praticamente sem alterações.

Outras vedetes do acervo são os modelos Ariel 500, de 1951, Zundapp 600, de 1950, Harley Davidson 1200, de 1.948 e Indian Chief 1200, de 1947. Vespas, Lambrettas, Jawas e a Salsbury – uma espécie de scooter que imitava carros (tinha capô e acelerador no pé) para vencer a resistência dos compradores inseguros – também se destacam. Na década de 1960, as japonesas aparecem com a Honda 125 dois cilindros de 1969, a Honda CD 90 de 1964, a Yamaha A-1 125 de 1964 e a Suzuki A-100 de 1969.

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A inglesa Matchless: “sem igual”, em tradução literal

Na década de 1970 temos como representante a unidade de número 32 da Honda CG 125 a deixar a linha de produção em Manaus.  a Honda CG 125. Posteriormente, se tornaria o veículo mais vendido do Brasil. Destaque também para a Yamaha RD 50, pioneira entre as japonesas em escala industrial no Brasil, com fábrica em Guarulhos, São Paulo. A genuinamente brasileira Xispa, de 1973, baseadas nas Lambrettas, mas com jeito de moto.

Dos anos 1980, marca presença a ousada Suzuki Katana 750, de 1981, com motor de quatro cilindros e a Honda XL 250 de 1982, que também frequentou nossas trilhas. Nos anos 1990 o destaque é a BMW K-1 com ABS de série ainda em fase de desenvolvimento e nos anos 2000 a Aprilia Motó 650, com motor Rotax austríaco, desenhada pelo badalado projetista francês Philippe Starck e vencedor de diversos prêmios.

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A italiana Aprilia Motó 650, desenhada pelo badalado projetista Philippe Starck

Além disso, tem também a ala das espanholas, com destaque para a Montesa H6 360 fora de estrada, que reinava nas trilhas, com motorzão dois tempos e que foi montada no Brasil (no Paraná) e descontinuada por força da então “reserva de mercado” imposta para “proteger” a indústria nacional.

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BMW K-1: primeiro modelo equipado com sistema de freios ABS

Museu da Moto de Tiradentes. Endereço: Av. Israel Pinheiro, 35. Telefone: (31) 99976-6777. Entrada: R$ 10,00; crianças não pagam. Os horários de funcionamento variam em função de feriados e fins de semana.

Fotos: Teo Mascarenhas e Rômulo Provetti

Confira mais imagens fantásticas do Museu da Moto de Tiradentes na galeria

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4 Comentários
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Anderson 29 de setembro de 2018

Parabéns ao Rômulo pela iniciativa. Tem duas motos que foram minhas aí ( BMW K750 E MOTO GUZZI NTX 650). Em breve irei visitar este paraíso para os amantes das 2 rodas.

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Roque 25 de fevereiro de 2018

Ótima reportagem, parabéns !

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Eder 28 de novembro de 2018

Conhecem alguém que compra moto antiga?

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Santiago 28 de maio de 2022

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