Carros mais exóticos do Brasil: veja 5 nacionais fora-de-série

Eles foram fabricados entre as décadas de 70 e 90 e têm características técnicas muito distintas, mas todos são pouco convencionais

gurgel motomachine carros raros 1500
Por Alexandre Carneiro
Publicado em 16/06/2019 às 10h30
Atualizado em 11/08/2022 às 16h28

Pode chamar esses carros de exóticos, excêntricos, extravagantes e até de estranhos. Mas o fato é que todos conseguem se destacar na paisagem, graças ao design incomum. O listão de hoje é sobre eles: os automóveis mais esquisitões já feitos no Brasil. Em comum, os 5 modelos da lista são fora-de-série, fabricados em pequena escala por empresas legitimamente nacionais. Vamos a eles:

1. Gurgel Motomachine

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Foto Editora Alaúde | Reprodução

A história da Gurgel está repleta de carros exóticos! Veículos como o Carajás e o Itaipu são qualquer outra coisa, menos convencionais! O Motomachine, porém, talvez seja o mais original de todos. Como o próprio nome já diz, trata-se de uma mistura de carro com motocicleta, ideal para o trânsito das grandes cidades.

O Motomachine foi uma das experiências de João do Amaral Gurgel, fundador da marca, com minicarros. Para ele, fabricar veículos desse tipo era quase uma obsessão. No fim das contas, pouquíssimas unidades do modelo foram finalizadas, mas grande parte do projeto é compartilhado pelo Supermini, último produto comercializado pela empresa.

2. Hofstetter

carros exóticos: hofstetter foi o esportivo nacional de mais alto desempenho dos anos 80
Foto Divulgação

Faróis escamoteáveis, portas do tipo “asa de gaivota” e enormes janelas laterais com uma seção de abertura corrediça… Elementos de estilo não faltam para colocar o Hofstetter entre os carros mais exóticos do país. O esportivo de fabricação artesanal surgiu nos anos 80 e chamou a atenção com o design inspirado nos bólidos da Lamborghini.

O desempenho não chegava a tanto, mas se destacava para os padrões brasileiros dos anos 80. O motor era um 1.8 de origem Volkswagen, utilizado no Gol GT, mas sobrealimentado por um turbocompressor. O conjunto desenvolvia 140 cv, número espantoso para a época. Posteriormente foi adotado um 2.0, também turbinado. Hoje, os poucos veículos produzidos pela Hofstetter são disputados pelos colecionadores.

3. Dacon 828

dacon828
Foto Zwischengas | Reprodução

A Dacon fez outros minicarros, entre os quais o Nick, uma espécie de Gol encurtado com diversas alterações visuais. Porém, o 828 é o mais original, graças às linhas da carroceria, elaboradas pelo designer Anísio Campos. É tão ousado que nem parece ter sido criado cerca de 30 anos atrás. O estilo, o tamanho diminuto e as características técnicas tornam o modelo digno de figurar em qualquer lista de carros exóticos.

Por falar em soluções técnicas, o 828 tinha motor traseiro e porta-malas dianteiro. Quem já deduziu que a mecânica foi herdada do Fusca acertou,literalmente, em parte. É que a Dacon o equipou com um 1.600 a ar de origem Volkswagen, que podia vir inteiro ou cerrado ao meio! No caso da segunda opção, o resultado eram dois cilindros e cerca de 800 cm³ de cilindrada, suficientes para as dimensões do veículo.

4. Emme Lotus

emme lotus
Foto Lexicar Brasil | Reprodução

O Emme Lotus é lembrado não apenas pelos traços exóticos, mas por ter sido um dos carros mais misteriosos já fabricados no país. Isso porque a história da Megastar, que o desenvolveu, é turbulenta e muito nebulosa. Sediada em Pindamonhangaba (SP), a empresa fabricava scooters sob licença. Porém, conseguiu espaço na mídia ao expor o sedã no Salão do Automóvel de São Paulo, em 1997.

O nome Lotus provinha do motor, que supostamente seria fornecido pela empresa britânica. Na verdade, havia três opções: 2.0 aspirado ou turbo e 2.2 turbo, esse último com alegados 262 cv. Mas a Megastar logo fechou as portas, após ter fabricado menos de 10 unidades do sedã. Misterioso e com aspecto até um tanto bizarro, o modelo é um dos veículos mais curiosos da indústria nacional.

5. Concorde

carros exóticos: concorde lembrava modelos dos anos 30, mas não era réplica, pois tinha estilo próprio
Foto Lexicar Brasil | Reprodução

Réplicas de automóveis antigos não são tão incomuns. Algumas empresas, como a Lafer e a Chamonix, inclusive, tornaram-se quase sinônimo de genéricos da MG e da Porsche, respectivamente. Ao contrário deles, porém, o Concorde não era uma réplica. Trata-se de um veículo com estilo dos anos 30, mas sem evocar nenhum modelo em particular. Essa solução única garantiu a ele lugar na lista de carros exóticos nacionais.

As particularidades não estão restritas ao visual retrô. Em vez de motor Volkswagen, quase onipresente nos fora de série nacionais, o Concorde adotava um Ford V8 4.8 proveniente do Galaxie. O desempenho era bom, mas nem tanto como a cilindrada faz supor, pois o extravagante veículo tinha mais de 5 metros de comprimento. Cerca de 15 unidades foram fabricadas artesanalmente na década de 70.

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7 Comentários
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Helio 7 de novembro de 2020

Essa informação do motor do Dacon “cerrado” ao meio não procede. Seria conveniente que o autor do artigo corrigisse esse artigo ou se explicasse melhor.

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Helio 7 de novembro de 2020

O Concorde não era um desenho original e sim réplica de um carro clássico americano muito famoso do final dos anos 1920, o Cord L29 do qual ele evocou inclusive o nome.

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Edson 18 de junho de 2019

Faltou o magnífico Bianco, O Miura, a Rage, Santa Matilde entre outras.

AutoPapo
AutoPapo 18 de junho de 2019

Olá, Edson!

São modelos que poderiam ter entrado na lista… Quem sabe fazemos mais uma?!

Obrigado pela colaboração e abraço!

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Antonio Tadeu de Andrade 17 de junho de 2019

Andei uma vez no Motomachine lá em Rio Claro, adorei foi uma pena as grandes motadoras acabar com a Gurgel o culpado também foi o governo que permitiu que isto acontecesse. Pois a Gurgel era a unica fabrica de carros que o país possuiu, a Gurgel ia acabar com as outras montadoras, carros super econômicos o Motomachine e o Gurgel Br, carros que faziam mais de 22km com 01 litro de gasolina. Se eu tivesse grana iria reviver esses dois veículos da Gurgem foi uma judiação a Gurgel ter falido. Quem sabe algum milionário compra a patente da Gurgel e volta fabricar veículos super econômicos.

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Marcos Benassi 23 de abril de 2021

Tenho a maior saudade da Gurgel também, Antônio. O br800 foi genial, precursor dos carrinhos “mil”, com o espírito de inovação do velho Gurgel. Esse cara merecia umas estátuas por aí. E o mencionado Itaipu era elétrico, o homem era um animal de rodas, não brincava em serviço. Viva seu Gurgel!

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gerson 16 de junho de 2019

Só li a primeira, fazer lista com um carregamento por item já tá bem ultrapassado, não?

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