Uma pequena mudança no processo da borracha pode gerar impacto gigante na indústria automotiva nos próximos 10 anos
A borracha é uma das matérias-primas mais importantes hoje na indústria, especialmente no setor automobilístico. Pneus, juntas e retentores dependem da flexibilidade e resistência desse material. Mas, apesar da sua versatilidade, a borracha natural apresenta uma grande desvantagem: a tendência a rachar com o tempo, algo que compromete sua durabilidade.
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O método tradicional de vulcanização, criado por Charles Goodyear em 1844, ainda é o mais utilizado. Nesse processo, acontece a coleta do látex, seguido por sua coagulação, secagem, aditivação, moldagem e aquecimento intenso.
A alta intensidade térmica cria ligações químicas que tornam a borracha um material mais forte, mas também é responsável por resultar em cadeias curtas de polímeros. Essas cadeias não são ideais para resistir ao crescimento de rachaduras ou ao desgaste prolongado.
Atualmente, pesquisadores da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas de Harvard (SEAS) têm testado uma abordagem diferente, tentando deixar esse processo mais “gentil”. Com isso, eles criaram uma borracha com estrutura semelhante a emaranhados de espaguete, ao preservar as longas cadeias poliméricas durante o processo de vulcanização.
Como resultado, o novo arranjo molecular distribui melhor a tensão interna e aumenta em até 10 vezes a resistência do material contra rachaduras e falhas. Além disso, os pesquisadores confirmaram nos testes que o material suporta alongamentos repetidos sem perder a resistência.
Ao longo do tempo e uso, pequenas fissuras se formaram, mas sua estrutura interna facilita a cristalização e aumenta ainda mais a resistência. Entretanto, algumas limitações ainda existem. Mesmo com o avanço, a alta evaporação da água no processo e o baixo volume final do material ainda são um empecilho para que essa tecnologia seja aplicada na produção de larga escala de pneus.
No momento, a inovação é mais viável para aplicação em menor escala, em luvas e itens de espessura fina, por exemplo. Contudo, se os pesquisadores continuarem a estudar e otimizar o processo, eles poderão eventualmente revolucionar a fabricação de componentes automotivos sujeitos a grandes temperaturas.
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