Após uma década de telas dominando os painéis, Volkswagen, Hyundai e Mercedes-Benz atendem às críticas e resgatam controles tradicionais
Depois de mais de uma década de investimentos em interfaces totalmente digitais, grandes montadoras começam a rever suas escolhas. Volkswagen, Hyundai e Mercedes-Benz já anunciaram mudanças após críticas de consumidores que se mostraram insatisfeitos com a substituição de controles físicos por telas sensíveis ao toque.
A tendência de eliminar botões ganhou força no início da década de 2010, quando a Tesla lançou o Model S com um painel dominado por telas, inspirada no design minimalista da Apple. A indústria seguiu o exemplo, tentando transmitir modernidade e inovação. Marcas como a Honda chegaram a retirar o botão de volume de seus veículos, mas acabaram voltando atrás diante da pressão dos clientes.
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Segundo especialistas, a decisão de priorizar telas não foi apenas estética. O custo de desenvolvimento de displays caiu ao longo dos anos, tornando-os mais baratos do que projetar botões e controles físicos. Além disso, a proliferação de funções nos veículos exigia soluções que evitassem painéis com centenas de comandos.
“Colocar botões envolve engenharia complexa, validação de componentes e custos de produção mais altos”, explica Sam Abuelsamid, da Telemetry. “A tela foi vista como o próximo passo lógico, mas faltou equilíbrio entre o digital e o físico.”
O movimento da Tesla funcionou bem porque seus veículos foram concebidos desde o início sem botões. Já montadoras tradicionais, pressionadas por margens de lucro reduzidas, buscaram economizar simplificando interiores. Casos como o do Golf R, que manteve volante sensível ao toque enquanto o GTI recebeu botões, mostram o peso dos custos até em detalhes mínimos.
A rejeição do público, contudo, se impôs. Pesquisas da AutoPacific apontam que 48% dos motoristas preferem botões ou mostradores a telas, e quase metade considera o excesso de informações digitais inseguro. Ainda assim, 60% admitem gostar da estética limpa proporcionada pelos displays.
Analistas destacam que mudanças no setor não são imediatas: o ciclo de desenvolvimento de um carro pode durar de cinco a oito anos. Assim, a expectativa é que o impacto das novas decisões apareça mais claramente nos interiores da próxima década.
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