Além do processo por trabalho análogo à escravidão, marca chinesa agora está sendo acusada de não pagar horas extras aos trabalhadores
No final do mês de maio, a BYD foi oficialmente processada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por trabalho análogo à escravidão e tráfico internacional de pessoas. O processo veio depois que 220 trabalhadores chineses foram encontrados em situações precárias e abusivas de trabalho na fábrica de Camaçari (BA) em dezembro do ano passado.
Agora, a fabricante chinesa que é uma das maiores do mundo no setor de veículos elétricos, enfrenta uma nova controvérsia envolvendo suas práticas trabalhistas. Mas, desta vez, o alvo das críticas são as jornadas excessivas impostas a engenheiros da empresa em sue país de origem.
VEJA TAMBÉM:
Segundo denúncias recentes na China, esses profissionais estariam sendo obrigados a trabalhar até às 20h sem qualquer remuneração adicional, um aumento de aproximadamente 40 horas extra mensais, não pagas. A nova jornada, de acordo com relatos, foi comunicada apenas verbalmente, estendendo o expediente anterior, que terminava às 19h30.
Mas os problemas não se limitam ao horário. Funcionários também relatam condições de trabalho cada vez mais rígidas e sub-humanas. Um exemplo dessa precariedade com o trabalhador são os horários de almoço que chegam a ser inferiores a 10 minutos, sendo menor que o tempo gasto em uma fila de restaurante.
Além disso, há fortes críticas à política de licença-paternidade: o tempo concedido é de apenas sete dias e, caso o funcionário ultrapasse esse período, perde automaticamente todo o bônus de desempenho.
Outro ponto de tensão é o controle rígido de presença. Os trabalhadores precisam bater ponto quatro vezes ao dia, e atrasos de apenas um minuto já impactam negativamente suas avaliações.
Para agravar, cada funcionário só pode solicitar um “compensatório” por mês. Dentro desse ambiente de vigilância constante, há também monitoramento do uso de celular por parte dos supervisores.
No que diz respeito à remuneração, os contratos listam apenas o salário-base, sem garantias formais sobre bonificações ou participação nos lucros. Isso cria ainda mais instabilidade para os funcionários, que nunca sabem exatamente quanto vão receber.
Um dos funcionários ilustra como é o cenário em um relato. Um engenheiro da 12ª unidade de negócios da empresa revelou que seu salário-base gira em torno de 2.500 yuan (aproximadamente R$1.938).
Sem as horas extras, seu pagamento pode cair para 2.000 yuan (R$1.548,00). Trabalhando além do expediente, ainda que sem remuneração formal, ele chega a receber entre 4.000 e 5.000 yuan (R$3.097 – R$3988).
Até o momento, a BYD não emitiu nenhum posicionamento oficial sobre o caso. A ausência de resposta apenas reforça o mal-estar e aumenta a pressão sobre a empresa, que já vinha lidando com outros desafios de reputação. Agora, mais do que nunca, a montadora precisará lidar não só com seus concorrentes no mercado, mas também com as crescentes cobranças vindas de dentro de sua empresa.
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
![]() |
![]() |
Realmente triste a realidade que vem sendo exposta sobre essa empresa!! Matéria necessária