Como operava hacker cearense que vendia SUVs de locadora na deep web

Polícia desarticula quadrilha que usava dados corporativos para furtar frota nacional; suspeito ostentava vida de luxo na Grande Fortaleza

Carros de luxo apreendidos com hacker no Ceará
O suspeito foi preso em um condomínio de luxo no Eusébio, no Ceará (Foto: PCCE | Divulgação)
Por Tom Schuenk
sob supervisão de Eduardo Passos
Publicado em 12/12/2025 às 08h00

Apontado como o líder de um esquema sofisticado de desvio de veículos, um hacker de 29 anos foi preso pela Polícia Civil do Ceará em um condomínio de luxo no Eusébio, na Grande Fortaleza. A operação desarticulou uma fraude que resultou na subtração de 68 automóveis de uma locadora nacional, gerando um prejuízo estimado em mais de R$ 5 milhões.

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A prisão preventiva do suspeito, realizada nesta semana, é o desdobramento de uma investigação interestadual que expôs a vulnerabilidade de sistemas corporativos e o fluxo do mercado ilegal de veículos.

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Venda na deep web

Segundo o Diário do Nordeste, a apuração policial teve início no começo do ano, quando a locadora detectou a não-devolução massiva de veículos. Segundo a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), o modus operandi do grupo era técnico e preciso: o hacker invadia sistemas de empresas parceiras da locadora e utilizava dados de cartões corporativos para autorizar a retirada dos carros legalmente.

Uma vez em posse da quadrilha, os automóveis eram anunciados em redes sociais e na deep web como “carros de estouro” (veículos com busca e apreensão ou financiamento fraudado), com valores irrisórios frente ao mercado formal:

Nesse esquema, picapes eram ofertadas por cerca de R$ 15 mil, SUVs eram vendidos na faixa de R$ 10 mil. e sedãs eram negociados por aproximadamente R$ 6 mil.

Há indícios de que parte da frota desviada foi enviada para países vizinhos, dificultando a recuperação dos bens.

Ofensiva policial e bloqueio de bens

A operação mobilizou forças de segurança do Ceará, São Paulo e Tocantins, cumprindo ao todo 17 mandados de busca e apreensão. Na residência do alvo principal, foram apreendidos dois Jeep Compass, além de computadores e evidências de transações financeiras.

A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 3 milhões nas contas de cada investigado para tentar mitigar o prejuízo da empresa, já que a polícia admite a dificuldade em localizar a totalidade da frota. Os envolvidos devem responder por uma série de crimes, cujas penas somadas podem ultrapassar três décadas.

Entre eles, inclui-se furto qualificado mediante fraude eletrônica, invasão de dispositivo informático, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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