CEO da Mercedes diz que “devia estar bêbado” quando aprovou Project One

Marca alemã teve muito trabalho e precisou quebrar a cabeça para adaptar o motor híbrido V6 da Fórmula 1 no Hipercarro

AMG Projecto One deu dor de cabeça para os engenheiros da Mercedes
AMG Projecto One deu dor de cabeça para os engenheiros da Mercedes (Foto: Mercedes | Divulgação)
Por Bernardo Castro
Publicado em 26/05/2022 às 09h02

O AMG Project One, hipercarro da Mercedes, foi anunciado pela primeira vez em 2016 e originalmente, estava previsto para ser entregue aos seus respectivos donos em 2019. No entanto, o projeto do modelo que é equipado com o motor turbo híbrido da Fórmula 1 foi mais complexo do que a marca esperava e os engenheiros precisaram quebrar a cabeça para a propulsão funcionar da forma correta nas estradas.

O trabalho foi tamanho que o CEO da Mercedes, Ola Källenius, brincou dizendo que o conselho da empresa só podia estar “bêbado” quando decidiu aprovar um projeto tão caro e complexo como esse.

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O dirigente revelou que mais informações do AMG Project One chegarão nas próximas semanas e, conversando com alguns investidores na última semana, Källenius falou sobre como surgiu o projeto.

A equipe da AMG e o braço da Fórmula 1 High Performance Powertrain nos procuraram há cerca de quatro anos e disseram: ‘temos uma ótima ideia, vamos colocar um motor de Fórmula 1 em um carro de estrada’. Tenho que voltar para verificar a ata da reunião, mas tenho certeza de que estávamos bêbados quando dissemos sim.”

O AMG Project One vai receber o V6 híbrido de 1.6 utilizado pela Mercedes na temporada 2016 da Fórmula 1, com 748 cv de potência. Somado a ele está um motor elétrico no virabrequim e nas rodas dianteiras. Quando somados, a expectativa é que a propulsão exceda os 1000 cv de potência, chegue aos 350 km/h e alcance os 200 km/h em apenas 6 segundos.

Dentre as dificuldades da empreitada está a adaptação do nível de emissões do motor, principalmente quando em marcha lenta. “Conseguir uma marcha lenta estável a 1.200 rpm, é um desafio”, disse o então chefe da AMG, Tobias Moers, em 2018.

Outro obstáculo é tornar funcional o motor de Fórmula 1 em um carro de rua. Essa unidade de potência requer laptops e toda uma equipe de engenheiros que se dedicam a ligar e operar a propulsão da maneira correta. Mas independente desses desafios, a Mercedes confirmou que todas as 275 unidades do Project One que foram encomendadas por € 2,27 milhões (aproximadamente R$ 11,6 milhões na cotação atual) serão entregues a seus respectivos donos.

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