Chips, tarifas e mais: o que explica prejuízo bilionário da Nissan em 2025?

Montadora japonesa cita impacto de tarifas dos EUA, mas aponta escassez de chips e tensões comerciais como maiores entraves para o segundo semestre

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Nissan luta para colocar as contas em dia e atingir saúde financeira no mundo todo (Foto: Nissan | Divulgação)
Por Eduardo Passos
Publicado em 30/10/2025 às 21h00

A Nissan revisou suas projeções e agora espera um prejuízo operacional anual de 275 bilhões de ienes (US$ 1,82 bilhão) para o ano fiscal que se encerra em março de 2026. O anúncio, feito nesta quinta-feira (30), atribui parte do rombo ao impacto de tarifas dos EUA, mas acende um alerta maior sobre os riscos na cadeia de suprimentos.

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De acordo com a terceira maior montadora do Japão, os riscos logísticos serão o principal obstáculo no segundo semestre fiscal. O diretor financeiro da Nissan, Jeremie Papin, foi enfático ao afirmar que, por conta desses desafios, o fluxo de caixa livre da empresa não ficará positivo no acumulado do ano.

As preocupações do setor automotivo, que a Nissan ecoa, são globais: montadoras em todo o mundo lutam para garantir o fornecimento de semicondutores e reavaliam seus inventários. A tensão aumenta diante de uma potencial escassez de chips ligada à fabricante holandesa Nexperia, que enfrenta restrições de exportação. O problema surgiu após um incidente diplomático envolvendo China, Estados Unidos e Holanda.

Papin citou esse como um dos riscos centrais, mas não o único. “Uma vulnerabilidade são os chips Nexperia e as restrições às exportações. O segundo está ligado a um incêndio, um problema de fornecimento de alumínio na América do Norte”, disse o CFO. Ele ressaltou, contudo, que “ambos não são específicos da Nissan”, indicando um problema sistêmico do setor.

Tarifas e terras raras

Além da crise dos chips, as tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos ameaçam interromper o fornecimento de ímãs de terras raras, um componente essencial usado em diversas partes dos veículos modernos.

Sobre as tarifas americanas, a Nissan espera que o impacto seja 25 bilhões de ienes menor no segundo semestre. A redução se deve a um novo acordo comercial entre Japão e EUA, que baixou as taxas sobre carros japoneses para 15%. Papin mencionou que a empresa possui medidas de mitigação, mas não as detalhou.

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Apesar das projeções negativas para o ano fiscal, a Nissan melhorou sua perspectiva para o primeiro semestre (encerrado em setembro e ainda a ser contabilizado). A empresa agora espera um prejuízo operacional de 30 bilhões de ienes — melhora drástica frente à estimativa anterior de 180 bilhões de ienes, devido a custos menores com regulamentações de emissões e economia operacional.

A companhia informou, no entanto, que sua perspectiva de lucro líquido para o ano inteiro permanece “indeterminada”. Os resultados financeiros completos do segundo trimestre serão divulgados em 6 de novembro.

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