Consumo de carros elétricos cresce 2.100% e já pesa na rede do Brasil

Relatório oficial mostra que aumento da frota alterou a demanda por eletricidade no Brasil, e seguirá crescendo até 2034

Eletroposto da Volvo
O consumo de eletricidade no transporte rodoviário multiplicou, acompanhando a expansão dos veículos elétricos e híbridos plug-in no país (Foto: Shutterstock )
Por Júlia Haddad
sob supervisão de Eduardo Passos
Publicado em 16/10/2025 às 06h00

O avanço da frota de veículos elétricos no Brasil começa a modificar o perfil de consumo de energia do país. Segundo o Balanço Energético Nacional 2025, o consumo de eletricidade no transporte rodoviário saltou de 14 gigawatt-hora (GWh) em 2020 para 309 GWh em 2024. É um crescimento de mais de vinte vezes em apenas quatro anos.

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O número de veículos eletrificados acompanhou essa expansão. Os carros elétricos e híbridos passaram de 1,9 mil unidades em 2020 para mais de 215 mil em 2024. Os automóveis representam mais de 90% dessa frota, seguidos por comerciais leves, ônibus e caminhões.

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Esta é a primeira edição do BEN a contabilizar oficialmente o consumo de eletricidade no transporte rodoviário dentro da matriz energética brasileira. O estudo atribui o avanço à maior oferta de modelos, à redução dos preços e ao aumento da autonomia das baterias.

O relatório indica que a mobilidade elétrica já tem peso mensurável no sistema energético nacional. A EPE destaca que a eletrificação do transporte rodoviário é hoje um novo vetor da transição energética, ao lado da expansão das fontes renováveis.

Desafio na infraestrutura

O principal desafio dos próximos anos será adequar a infraestrutura elétrica ao aumento da demanda causado pela eletromobilidade, garantindo estabilidade e eficiência ao sistema. O BEN projeta que a participação da eletricidade no consumo do setor de transportes continuará crescendo até 2034. A alta acompanhará a popularização de veículos elétricos e híbridos plug-in e o avanço de novas tecnologias de recarga e armazenamento.

“A transformação é estrutural, e não apenas tecnológica. Ela exige integração entre as políticas de transporte, energia e meio ambiente para garantir o equilíbrio entre oferta, demanda e sustentabilidade”, afirma o relatório.

O documento também mostra que a oferta interna de energia elétrica no Brasil cresceu 5,5% em 2024, impulsionada pela expansão das fontes solar  e eólica, que juntas já respondem por 23,7% da geração total. Com emissões médias de apenas 59,9 kg de CO₂ por megawatt-hora gerado, a eletricidade brasileira está entre as mais limpas do mundo.

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1 Comentário
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Carlos Alberto Ranieri 17 de outubro de 2025

ótimo. O Brasil está com excesso de geração de eletricidade solar e eólica. Menos gasolina, menos álcool.

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