COP30: elétricos vão disparar no Brasil, mas etanol seguirá necessário

Plano apresentado por entidades brasileiras defende uso misto de combustíveis para reduzir emissões de carbono em até 70%

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Estudo apontou urgência de investimento na rede elétrica para dar conta do recado (Foto: BYD | Divulgação)
Por Júlia Haddad
Publicado em 13/11/2025 às 13h00

O Brasil tem potencial para eletrificar 40% de sua frota de veículos até 2050. A projeção faz parte do estudo “Rotas da Descarbonização do Setor de Transportes no Brasil”, apresentado nesta quarta-feira (12) pela Coalizão dos Transportes, durante a COP-30, em Belém (PA).

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O grupo, que reúne entidades como o Sistema CNT (Confederação Nacional do Transporte) e a CNI (Confederação Nacional da Indústria), defende um mix de soluções para o país atingir suas metas climáticas.

O levantamento, entretanto, aponta que a eletrificação, sozinha, não dará conta do desafio. Isso porque atingir os 40% de veículos elétricos é insuficiente para a meta de redução de 280 megatoneladas nas emissões de CO₂ do transporte rodoviário até 2050.

Para tanto, seria preciso um cenário combinado com o uso ampliado de combustíveis sustentáveis de baixa emissão — como etanol, diesel verde e biometano. Nesse caso, o corte total no setor chegaria a 70% das emissões de gases de efeito estufa, comparado a um cenário de manutenção das políticas atuais.

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O estudo alerta, contudo, para o principal gargalo da eletrificação: a infraestrutura. Para atingir essa meta ambiciosa, o Brasil precisaria gerar 170 mil GWh adicionais de energia por ano — volume destinado exclusivamente à recarga das baterias de carros, ônibus e caminhões elétricos.

O documento da Coalizão classifica como “urgentes” os investimentos para expandir a capacidade de geração e distribuição de energia no país para suportar essa nova demanda.

O documento frisa que a transição energética não depende apenas da troca de motores. A Coalizão defende um forte investimento em transporte coletivo, apontando o transporte individual motorizado como o principal responsável pela poluição urbana atual.

O plano recomenda a expansão dos sistemas metroferroviários e a renovação da frota de ônibus, além de medidas de desincentivo ao uso do carro particular, como a retomada da inspeção veicular obrigatória. A redução de tarifas do transporte público também é citada como essencial para acelerar a descarbonização do setor.

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