Carro popular? Covid ensinou as montadoras a vender carros caros

Por AutoPapo
Publicado em 07/06/2023 às 14h02

Com o boom do assunto do carro popular muitas pessoas se esqueceram dos recentes problemas que a indústria automotiva enfrenta pós-COVID: crise de chips e retomada da produção. Ford, General Motors e Stellantis lutam para atender a demanda enquanto os carros chegam aos lotes das concessionárias.

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Cada uma das montadoras tinham 63, 47 e 69 dias de estoque de veículos nas concessionárias, respectivamente, no final de março, de acordo com analistas do Deutsche Bank, consideravelmente superior à média geral da indústria de 35 dias de abastecimento. Agora, as montadoras querem manter as opções escassas para os compradores e estão correndo para neutralizar esse acúmulo de estoque para manter o fluxo de lucros.

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“Algumas empresas estão procurando gerenciar os níveis de estoque com tempo de inatividade planejado, como visto nas fábricas de produção da GM em Fort Wayne e Silao”, escreveram analistas do Deutsche Bank em nota de 27 de abril.

Carro popular e a crise de chips

Isso é especialmente anormal, principalmente para a indústria automobilística. Antes, as montadoras priorizavam volume e participação de mercado, mas estão trocando ambos por lucros.

Durante a pandemia, as montadoras e concessionárias de automóveis não conseguiam produzir carros suficientes devido a restrições de fornecimento, como a escassez de chips, então eles precisaram se acostumaram a vender veículos por preços altos com estoque mínimo em seus lotes.
A COVID e a crise de chips mostrou às montadoras as vantagens relacionadas a margens mais altas e vendas reduzidas.

À medida que a indústria automobilística se recupera da crise de chips e enfrenta uma desaceleração na demanda do consumidor devido a preocupações econômicas, surge um novo método para lidar com o crescente estoque de veículos: o fechamento temporário e intencional de fábricas. Essa estratégia visa limitar a quantidade de veículos parados.
Isso mostra que a nova medida do carro popular pode não ser tão interessante para algumas marcas que passaram a trabalhar com uma margem de lucro maior.