Nissan enfrenta crise bilionária e demite de de peão a CEO

Por Júlia Haddad
Sob supervisão de Marcelo Jabulas
Publicado em 18/07/2025 às 15h00

Durante sua assembleia geral anual, realizada nesta semana na sede da empresa em Yokohama, Japão, a Nissan confirmou um prejuízo líquido de US$4,5 bilhões (aproximadamente R$29,6 bilhões) no último ano fiscal e projetou perdas de US$1,38 bilhão (aproximadamente R$7,5 bilhões) apenas no primeiro trimestre deste ano. A empresa suspendeu o pagamento de dividendos e não apresentou previsão de lucros para o exercício atual.

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Os 1.071 acionistas presentes criticaram duramente a condução da empresa, que além dos prejuízos enfrenta a repercussão do fracasso na tentativa de fusão com a Honda. Em resposta à crise, a Nissan anunciou o corte de 20 mil postos de trabalho e o fechamento de sete unidades de produção ao redor do mundo.

Mudanças na âmbito executivo foram formalizadas durante a reunião. A Nissan substituiu o ex-presidente executivo, Makoto Uchida, e o presidente do conselho da Renault, Jean-Dominique Senard, por Ivan Espinosa, agora novo presidente-executivo da Nissan. A empresa atribuiu a troca na liderança à má gestão e aos sucessivos prejuízos acumulados nos últimos anos.

Durante a assembleia, um dos acionistas criticou a decisão da montadora de cortar empregos enquanto mantinha executivos em seus cargos, acusando a empresa de tentar “transferir suas responsabilidades para os trabalhadores da linha de frente”. Também houve insatisfação com o corte dos dividendos.

Os acionistas rejeitaram a proposta para que a Nissan adotasse medidas em relação à sua subsidiária listada em bolsa, a Nissan Shatai. A recusa reacendeu o debate no Japão sobre a manutenção de estruturas entre empresas-mãe e subsidiárias, e seus impactos na governança corporativa.