Projeto na Malásia foi encerrado após constatação de que tinta especial custa 19 vezes mais que a sinalização comum e exige reaplicação constante
Apoiada na promessa de reduzir acidentes em áreas rurais sem depender da rede elétrica, a aplicação de tinta fotoluminescente em rodovias enfrenta um choque de realidade econômica e técnica. Um projeto-piloto realizado na Malásia, por exemplo, foi arquivado pelas autoridades locais pouco mais de um ano após sua implementação, expondo as limitações da tecnologia frente às condições climáticas e orçamentárias.
Embora a sinalização tenha demonstrado capacidade de emitir luz por até 10 horas e melhorar a visibilidade sob chuva e neblina, a equação financeira se provou insustentável. Segundo relatórios locais, a tinta especial custa cerca de 749 ringgits malaios por litro, enquanto a tinta convencional sai por 40. Ou seja, a solução tecnológica é quase 19 vezes mais cara.
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Além do custo, a durabilidade foi posta em xeque: o Instituto Malaio de Pesquisa em Segurança Rodoviária constatou que a alta umidade tropical degrada o material rapidamente, exigindo reaplicações a cada 18 meses, o que inviabiliza a manutenção em larga escala.
O cenário repete problemas enfrentados na Europa. A Holanda, pioneira no uso da tecnologia em 2014, suspendeu seus programas após chuvas intensas lavarem o pigmento, tornando a luminescência inconsistente. Ainda assim, a empresa francesa LuminoKrom segue aplicando o material em ciclovias e pontes em países como França e Colômbia.
Atualmente, a aposta mais robusta ocorre na Austrália. O governo de Nova Gales do Sul iniciou um teste de seis meses com a tecnologia Glow Road em uma curva perigosa ao sul de Sydney. O local registrou 125 acidentes ou quase-acidentes no primeiro semestre de 2024. As autoridades australianas afirmam que o produto passou por testes de resistência rigorosos, na esperança de que, desta vez, a segurança compense o investimento.
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