Estudo mostra quais montadoras mais elevaram preços em 2021
De acordo com a Mobiauto, a alta demanda do mercado e as longas filas de espera influenciaram na valorização de alguns carros
De acordo com a Mobiauto, a alta demanda do mercado e as longas filas de espera influenciaram na valorização de alguns carros
A crise dos chips semicondutores causada pela pandemia do coronavírus deixou o mercado de automóveis sujeito a chuvas e trovoadas. Em consequência disso, muitas fabricantes precisaram interromper temporariamente a produção de alguns modelos em suas fábricas, o que acabou resultando em uma fila de espera enorme por um veículos 0 km.
Desde então, a alta demanda impactou diretamente o segmento automotivo, que viu a valorização dos carros subir de maneira considerável. Percebendo essa movimentação, a Mobiauto realizou uma pesquisa em sua base de dados para verificar o comportamento de preços dos principais modelos 0 km das maiores montadoras do Brasil.
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Para fazer o estudo, os pesquisadores utilizaram as cotações desses automóveis em janeiro de 2021, por intermédio de anúncios de modelos novos, e as compararam com o último trimestre do ano.
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação foi de 10,06% no ano. Já a média de reajuste das principais fabricantes brasileiras foi de 12,84%. O reajuste foi maior do que a inflação, é verdade, mas a causa disso está muito ligado às fábricas que ocupam o “pódio” da correção. A Fiat foi a líder e a valorização dos seus carros principais subiu em 22,82%, na sequência está a Ford (16,56%) e a Hyundai (15,74%).
De acordo com Sant Clair Castro Jr., CEO da Mobiauto, o resultado de vendas de carros 0 km em 2021 explica essa alta valorização nos preços.
“O discurso no decorrer do ano repetiu a mesma justificativa: o mercado está fraco porque faltam semicondutores e a produção não está atendendo à demanda. Esses reajustes bem acima da inflação dão, entretanto, a verdadeira justificativa: o carro zero km ficou muito caro em 2021”.
A Mobiauto utilizou sua base de dados e pesquisou um total de 43 modelos (146 versões) de veículos, levantando a variação entre o início e o final do ano. A pesquisa traz um retrato do comportamento do mercado de modelos zero km no país, à medida que foge das ilusórias “tabelas de preços”.
Ilusórias porque, de acordo com a entidade, existem diferentes formas de colocar esses valores para cima ou para baixo, dependendo de como cada marca opera.
Usando como exemplo um carro com muita demanda: ele tem fila de espera e preço real majorado com cobrança de ágio ou repasse de reajustes ao longo dessa espera. Já um modelo mais difícil de vender costuma receber os bônus de fábrica, que são descontos efetivos que a montadora autoriza a concessionária a conceder. Mas isso não se aplica aos preços veículados nos anúncios, explica:
os preços veiculados nos anúncios, que foram a fonte primária da nossa pesquisa, retratam rigorosamente o quanto cada consumidor pagou naquele carro, sem os truques comerciais já descritos.”
O carro que teve maior valorização foi a Fiat Strada Cabine Simples Endurance, que teve 42,87% de alta. A picape foi o veículo mais vendido de 2021 e a fila de espera variava entre 4 e 5 meses após a compra.
Marca | Variação média |
---|---|
Fiat | 22,82% |
Ford | 16,56% |
Hyundai | 15,74% |
Honda | 15,02% |
VW | 13,45% |
Chevrolet | 12,43% |
Toyota | 9,29% |
Jeep | 8,66% |
Nissan | 8,39% |
Renault | 6,04% |
Alguns modelos tiveram o reajuste abaixo do valor da inflação para se tornarem mais competitivos no mercado. A medida pode ter sido tomada por duas razões: agressividade da concorrência ou sazonalidade de novas gerações.
O Toyota Corolla, por exemplo, havia sido renovado no final de 2019. E sofreu pesados reajustes em 2020. No início do ano passado, ele já estava com “preços cheios”: em média, o modelo custava R$ 125.026. No final do ano, os anúncios já retratavam o valor de R$ 117.709 na média das versões.
Outro exemplo foi o Renault Captur que, apesar de ter recebido nova motorização em julho de 2021, não obteve êxito comercial no mercado de zero km para permitir reajustes no decorrer do ano. Tanto que chegou ao último trimestre do ano 0,12% mais barato do que registrara em janeiro.
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