Europa vai taxar carros elétricos da China, mas alemães dizem não

Dez países da União Europeia votam a favor do aumento de tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China e cinco são contra

Detalhe nas frentes de modelos da BYD de diferentes cores um do lado do outro em concessionária ShutterStock
Tarifas atuais chegam a 38% e a intenção do bloco econômico é aumentar ainda mais os impostos (Foto: Shutterstock | AutoPapo)
Por Julia Vargas
Publicado em 09/10/2024 às 10h00

Em junho deste ano, a União Europeia (UE) estabeleceu tarifas altas para a importação de carros elétricos chineses, seguindo o exemplo dos Estados Unidos para tentar frear a ‘ameaça’ chinesa em seu mercado. No entanto, as taxas definidas, que chegam a 38,1% do valor do veículo, devem aumentar ainda mais graças à nova votação do bloco econômico.

No início de outubro, dez membros da UE votaram a favor da aplicação de novas tarifas sobre os elétricos fabricados na China, enquanto cinco se manifestaram contra a medida e 12 se abstiveram. Mesmo com esse resultado, nada está fechado ainda, já que as negociações entre autoridades do bloco e da China ainda estão em aberto.

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As discussões entre os lados provavelmente moldará o resultado final dessa ação, mas o aumento dos impostos parece certo, resta saber se será alto ou mais moderado. A única maneira de os aumentos tarifários serem anulados seria se uma maioria qualificada, nesse caso 15 membros da UE, tivesse votado contra eles.

A Comissão Europeia confirmou que continuará negociando com Pequim para chegar a um acordo sobre o tema e que as mudanças tarifárias devem ser implementadas no final de outubro. Uma provável medida para chegar nesse consenso seria estabelecer preços mínimos de venda de carros elétricos chineses na Europa.

BMW,  Mercedes e Volkswagen saem em defesa dos carros elétricos chineses, ou melhor, de seus próprios interesses

A maior economia da Europa, a Alemanha, estava entre os cinco países que votaram contra  os aumentos de tarifas. E não foi só o governo que se manifestou contra essa ação que prejudica carros elétricos chineses, mas também três grandes montadoras.

O presidente executivo da BMW, Oliver Zipse afirmou: “A votação de hoje é um sinal fatal para a indústria automotiva europeia (…). O que é necessário agora é um acordo rápido entre a Comissão Europeia e a China para evitar um conflito comercial do qual ninguém ganha. O fato de a Alemanha ter votado contra as tarifas é um sinal importante e aumenta as chances de um acordo negociado”.

Enquanto isso a Mercedes também descreveu essa medida como um “erro”, propondo que a Comissão Europeia adie sua implementação para permitir que as negociações continuem. Já a Volkswagen, segundo a Reuters, observa que a VW também se opõe ao aumento das tarifas para até 45% e pediu que as autoridades encontrem uma “solução política”.

Esse posicionamento de gigantes do mundo automotivo não é simplesmente de bom grado, já que isso poderia prejudicar essas marcas. Caso as taxas tenham um aumento expressivo, as montadoras alemãs estão expostas a contramedidas da China e muitas expressaram preocupações sobre uma guerra comercial de retaliação.

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