As primeiras multas já foram aplicadas no Alabama e reacendem o debate sobre segurança e discriminação nas estradas americanas
Dois motoristas de caminhão foram multados no Alabama por não serem fluentes em inglês. Os dois foram os primeiros punidos sob a nova política do governo Trump. A regra federal que exige que os caminhoneiros comerciais falem, leiam e escrevam em inglês existe há bastante tempo, mas sua aplicação não era tão rigorosa.
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Em junho, a administração Trump reverteu a orientação dada pelo governo Obama em 2016, que recomendava tolerância quando a única infração fosse a limitação no domínio do idioma.
A principal justificativa do governo para a exigência do inglês é a segurança nas estradas. As autoridades afirmam que os caminhoneiros precisam compreender placas, instruções de trânsito, documentos legais e se comunicar em situações de emergência.
Um motorista local bilíngue teria destacado o risco de conduzir caminhões de 36 toneladas sem conseguir ler sinais ou interagir com a polícia ou outros motoristas.
Mais de 15.000 violações relacionadas ao inglês foram registradas pela Administração Federal de Segurança de Transportes Rodoviários (FMCSA) nos últimos dois anos — o que dá uma média de cerca de 20 por dia.
Estudos sobre a demografia dos caminhoneiros mostram que apenas 4% do grupo nos EUA tem proficiência limitada em inglês.
Alguns grupos de defesa de direitos civis alertam para a possibilidade de fiscalização seletiva e discriminatória. A Coalizão Sikh, por exemplo, apoia a exigência do inglês, mas teme que motoristas sejam abordados por causa de sua aparência étnica ou nacionalidade.
A organização pede que a aplicação dessa lei seja justa e que não afete desproporcionalmente motoristas de comunidades específicas.
Com a exigência de proficiência em inglês voltando a ser obrigatória, muitos motoristas podem deixar de ser aptos para sua função. Isso, por sua vez, pode gerar um grande desfalque na frota do país.
A mudança marca uma guinada na política de transporte rodoviário dos EUA. Com foco, a princípio, na segurança, a medida levanta debates sobre equidade e inclusão no setor.
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