Ford aposentará F-150 elétrica e agora aposta em gerador a gasolina

Montadora desiste do modelo atual após baixa demanda e prejuízos; sucessora trará motor a combustão de volta para 'salvar' a autonomia

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A F-150 Lightning deixará de ser 100% elétrica para adotar um sistema de autonomia estendida com motor a gasolina (Fotos: Ford | Divulgação)
Por Tom Schuenk
Publicado em 16/12/2025 às 12h00

A Ford decretou o fim da produção da atual geração da F-150 Lightning, sua picape totalmente elétrica. Lançada há três anos como o principal símbolo da transição energética da montadora norte-americana, o veículo sucumbiu à combinação de demanda estagnada, altos custos operacionais e problemas logísticos imprevistos. A decisão marca uma guinada estratégica da marca, que passa a priorizar a hibridização em detrimento da eletrificação pura em veículos de grande porte.

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O encerramento — que já era especulado devido aos estoques encalhados nos pátios — foi precipitado por um incidente industrial. Um incêndio na fábrica da Novelis, principal fornecedora de alumínio para a carroceria da picape, interrompeu a cadeia de suprimentos. Diante da inviabilidade econômica de retomar a linha de montagem apenas para um curto período restante de vida útil, a Ford optou por descontinuar o modelo imediatamente.

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Próxima geração da F-150 Lightning apostará em motor a gasolina para recarregar as baterias

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A tecnologia EREV

O movimento da Ford expõe a resistência do mercado norte-americano às picapes 100% elétricas, limitadas pela infraestrutura de recarga e pela redução drástica de autonomia quando submetidas a reboque de carga. No entanto, o nome Lightning não deve desaparecer.

A próxima geração abandonará o conceito puramente elétrico (BEV) para adotar a tecnologia EREV (Extended Range Electric Vehicle). Diferente de um híbrido convencional, neste sistema o motor a combustão não traciona as rodas; ele funciona exclusivamente como um gerador estacionário a bordo, queimando gasolina para recarregar as baterias enquanto o veículo roda.

Essa solução técnica visa resolver a “ansiedade de autonomia”. A expectativa é que a nova picape ultrapasse os 1.100 km de alcance total, mantendo o torque instantâneo e a aceleração de 0 a 100 km/h abaixo dos 5 segundos — características elogiadas no modelo original. Com essa mudança, a Ford segue o caminho da concorrente Ram, que já anunciou a Ramcharger com sistema semelhante, sinalizando que o futuro dos utilitários pesados passará, inevitavelmente, pelo auxílio do motor a combustão.

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