Ford planeja retorno do Fiesta como elétrico em parceria industrial com a Renault

Por Júlia Haddad
sob supervisão de Eduardo Passos
Publicado em 12/12/2025 às 06h00

Em um movimento para reconquistar o mercado de entrada, a Ford avalia ressuscitar um de seus nomes mais emblemáticos: o Fiesta. A montadora trabalha no desenvolvimento de dois novos compactos elétricos, previstos para 2028, que utilizarão a plataforma Ampere da Renault. A estratégia marca uma mudança de rota após a empresa ter abandonado o segmento de carros populares.

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A descontinuação global do Fiesta e do Focus gerou um vácuo no portfólio da marca, reduzindo significativamente sua presença na Europa e em mercados onde hatches ainda possuem forte relevância comercial.

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Parceria estratégica e redução de custos

A colaboração com a Renault permitirá à Ford o acesso à arquitetura já utilizada no novo Renault 5 e no esportivo Alpine A290. O acordo prevê que os veículos sejam desenhados pela equipe da Ford, preservando a identidade visual americana, mas produzidos pela montadora francesa em suas instalações no norte da França.

Essa sinergia é a resposta da Ford à pressão por veículos acessíveis. Com a desaceleração da demanda por elétricos de luxo e a invasão de modelos chineses baratos, a marca identificou que consumidores continuam buscando opções simples, econômicas e eficientes — exatamente o nicho que o Fiesta ocupava.

Embora o retorno do nome “Fiesta” seja o mais cotado devido à força da marca, ainda há dúvidas sobre o formato da carroceria. A Ford tem adotado uma estratégia polêmica de batizar SUVs elétricos com nomes de cupês históricos, como fez com o Mustang Mach-E, o Puma e, mais recentemente, o Capri.

Analistas apontam que, com rumores de que o Focus também pode retornar transformado em um SUV, existe a possibilidade de o novo Fiesta seguir o mesmo caminho, distanciando-se do hatch original. Contudo, a base da Renault favorece a criação de um compacto urbano genuíno, o que seria crucial para competir em preço e volume.