Fusão de R$ 350 bilhões entre Honda e Nissan foi cancelada
Com o fim oficial do acordo, Nissan terá que cortar R$ 15 bilhões de suas economias e tem urgência na procura de novos parceiros
Com o fim oficial do acordo, Nissan terá que cortar R$ 15 bilhões de suas economias e tem urgência na procura de novos parceiros
A fusão de aproximadamente R$ 350 bilhões que criaria a terceira maior montadora de carros do mundo foi cancelada nesta quinta-feira (13). Em anúncio oficial, Nissan e Honda confirmaram o fim do acordo e também descartaram uma potencial colaboração tripla com a Mitsubishi.
Toda essa história com o desmantelamento de uma aliança antiga entre Renault e Nissan, que há alguns anos enfrenta dificuldades financeiras e está caminhando para a falência. Nessa situação complicada, a marca buscou apoio em uma nova união, dessa vez entre as conterrâneas Honda e Mitsubishi. Esse acordo seria, inclusive, uma ofensiva contra o crescimento das empresas chinesas.
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As japonesas divulgaram declarações semelhantes, confirmando relatos que surgiram anteriormente. De acordo com a Honda, as empresas exploraram as opções para integração de negócios, mas tinham visões divergentes sobre como ela deveria acontecer. No caso, a Honda pretendia se tornar a empresa controladora, o que é visto como o principal ponto de desavença por trás do cancelamento de seu Memorando de Entendimento (MOU) de 23 de dezembro de 2024 que anunciava a possível fusão.
Já a Nissan explicou em sua declaração que a Honda havia proposto uma mudança na estrutura do acordo. Inicialmente, foi discutida a formação de uma holding conjunta onde cada parte teria igual voz. No entanto, a Honda queria uma configuração onde ela se tornaria a empresa-mãe e a Nissan sua subsidiária. Isso fez com que a fabricante do Versa, voltasse atrás por não querer abrir mão de sua autonomia.
Em sua conclusão, a Nissan disse que a decisão permitiria que ambas as empresas “priorizassem a velocidade da tomada de decisão” para melhor de adaptar ao cenário automotivo que se move rapidamente em direção à eletrificação. Os comunicados ainda terminam com uma promessa de colaboração voltada para desenvolvimento de tecnologias para carros elétricos que também inclui a Mitsubishi.
O fracasso desse acordo é um grande balde de água fria que atinge duramente a marca. A Nissan está no meio de um plano de recuperação, em que pretende cortar 9.000 funcionários e 20% da capacidade global, além de vender 10% das suas ações na Mitsubishi e atrasar o lançamento de novos modelos.
A grande dúvida é se ela poderá superar sua mais recente crise sem ajuda externa. Isso porque um de seus executivos afirmou que há uma contagem regressiva, já que a montadora pode ter apenas de 12 a 14 meses para mudar o rumo dos acontecimentos e garantir sua sobrevivência. Por isso, a meta é fazer um corte de R$ 15 bilhões de reais por meio de reduções de pessoal e medidas de eficiência de produção, como a redução do tempo de desenvolvimento de novos veículos, simplificação das linhas de produtos, produção de peças menos complicadas e corte de ineficiências na cadeia de suprimentos.
No entanto, somente tirar dinheiro do negócio não será suficiente para garantir a sobrevivência a longo prazo. “Ainda será difícil sobreviver sem depender de parcerias futuras”, disse o CEO Makoto Uchida à Bloomberg.
Apesar da situação difícil, a Nissan pode ter achado uma luz no fim do túnel com a Hon Hai Precision Industry, mais conhecida como Foxconn. A empresa responsável por fabricar o iPhone manifestou interesse em comprar a marca japonesa que está perto da falência. Segundo a CNA, essa investida da empresa taiwanesa fez com que as ações da Nissan tivessem alta de 6%.
A taiwanesa quer entrar para o mundo automotivo, por meio da Nissan, especialmente no setor de carros elétricos. A Foxconn já havia tentado investir na Nissan em 2024, porém, na ocasião, a negociação foi interrompida pela aproximação entre Honda e Nissan.
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