GP de Monza: McLaren reacende polêmica sobre ordens de equipe

Decisão que favoreceu Norris contra Piastri no GP da Itália expõe dilema da equipe sobre justiça e consistência na disputa pelo título

Piastri e Norris
Piastri obedeceu à McLaren e cedeu posição a Norris em Monza, reavivando debate sobre ordens de equipe na F1 (Reprodução: McLaren | Instagram)
Por Júlia Haddad
Publicado em 10/09/2025 às 19h00

A McLaren voltou ao centro das atenções no Grande Prêmio da Itália após uma decisão estratégica que reacendeu o debate sobre ordens de equipe na Fórmula 1. Nas voltas finais em Monza, Oscar Piastri e Lando Norris entraram nos boxes para se defender da pressão de Charles Leclerc.

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Piastri parou primeiro e conseguiu um pit stop rápido de 1,9 segundo. Norris, que aguardava sua vez, sofreu com uma falha na roda esquerda e perdeu tempo valioso em uma parada de 5,9 segundos. O erro deixou o britânico atrás do companheiro, mas a equipe interveio pelo rádio: “Oscar, isso é um pouco como a Hungria no ano passado. Por favor, deixe Lando passar e você está livre para correr.”

O australiano obedeceu, caindo para terceiro, enquanto Norris recuperava o segundo lugar. Verstappen venceu a corrida e ainda cravou a volta mais rápida, ampliando sua vantagem na temporada.

A ordem da McLaren dividiu opiniões. Piastri, que liderava o campeonato com 34 pontos antes da prova, questionou no rádio: “Dissemos que pit stops lentos faziam parte da corrida, não entendi o que mudou aqui.” Após a prova, reconheceu que Norris havia se classificado à frente e teve melhor desempenho. Já Verstappen ironizou a decisão: “Só porque ele teve um pit stop lento?”

Não é a primeira vez que a McLaren enfrenta dilemas semelhantes. Em 2024, a equipe alternou decisões que, em alguns momentos, favoreceram Norris; em outros, penalizaram Piastri. No GP da Hungria do ano passado, por exemplo, Norris se recusou a devolver posição ao companheiro até o fim da corrida.

A situação expõe a dificuldade da McLaren em equilibrar a disputa entre dois pilotos em condições de brigar pelo título, sem um papel definido de “número 1” ou “número 2”. Para especialistas, o problema não está apenas na decisão de Monza, mas na falta de consistência. O ex-piloto David Coulthard resumiu a frustração dos fãs: “Ninguém quer sentir que há manipulação além dos deuses normais das corridas.”

Enquanto Norris defende que as ordens foram discutidas previamente e representam “a forma mais justa”, críticos apontam que decisões como a de domingo comprometem a autenticidade da disputa. Para o ex-campeão Jacques Villeneuve, há risco de a equipe criar um ciclo perigoso de reequilíbrio a cada erro ou contratempo.

Com 24 corridas no calendário, a McLaren terá de decidir se mantém a política de interferência direta ou se permitirá disputas mais orgânicas entre seus pilotos. Em um campeonato marcado pelo equilíbrio e pelas surpresas, a definição de “justiça” dentro da equipe pode ser tão decisiva quanto qualquer ultrapassagem na pista.

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