Greve dos trabalhadores da GM, Ford e Stellantis continua e fábricas anunciam demissões

O sindicato e as empresas se reuniram para entrar em um possível acordo, mas a mobilização continua e agora mais tensa

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São 12.700 trabalhadores representado 150 mil funcionários (Foto: Gettyimages)
Por AutoPapo
Publicado em 18/09/2023 às 14h02

No fim de agosto, o sindicato United Auto Workers (UAW) oficializou a greve de funcionários das Big Three (Três Grandes) de Detroit, nos Estados Unidos. Após tentativas de negociação para melhores salários e condições de trabalho – pauta dos trabalhadores -, na última semana, as montadoras se posicionaram e também demitiram colaboradores que não estavam se mobilizando.

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Na última quinta-feira (14), o sindicato se reuniu com as fábricas para um possível acordo, porém a proposta oferecida não cumpria as exigências dos trabalhadores. A UAW optou então pela paralisação e 12.700 funcionários aderiram ao movimento. A reunião foi realizada um dia antes do acordo trabalhista vigente expirasse.

  • Segundo o The Drive, em resposta a Ford demitiu 600 trabalhadores de sua fábrica em Wayne, no estado do Michigan, e a GM disse que até 2.000 trabalhadores poderão ser desligados no início da próxima semana.

Posição da GM

A GM se pronunciou pouco depois do início das paralisações.

O UAW informou à GM que eles estão em greve na Assembleia de Wentzville, no Missouri, a partir das 23h59. Estamos decepcionados com as ações da liderança do UAW, apesar do pacote econômico sem precedentes que a GM colocou sobre a mesa, incluindo aumentos salariais históricos e compromissos industriais. Continuaremos a negociar de boa-fé com o sindicato para chegar a um acordo o mais rápido possível para o benefício dos membros de nossa equipe, clientes, fornecedores e comunidades em todos os EUA. Enquanto isso, nossa prioridade é a segurança de nossa força de trabalho”, apontou a empresa em comunicado.

Stellantis

Já a Stellantis está focando em manter sua produção com um plano de contingência.

Estamos extremamente decepcionados com a recusa da liderança do UAW em se envolver de maneira responsável para chegar a um acordo justo no melhor interesse de nossos funcionários, suas famílias e nossos clientes. Colocamos imediatamente a empresa em modo de contingência e tomaremos todas as decisões e medidas estruturais apropriadas para proteger nossas operações na América do Norte e a empresa,” aponta o grupo.

Ford aponta prejuízos

O CEO da Ford, Jim Farley, disse em entrevista à CNN que a empresa não poderia arcar com todas as demandas do sindicato, incluindo um aumento salarial de 40% e uma semana de trabalho de 32 horas e quatro dias. A empresa ofereceu ao UAW um aumento salarial de 20% durante a vigência do contrato, incluindo um aumento imediato de 10%.

Quarenta por cento nos colocarão fora do mercado. Perderíamos US$ 15 bilhões. Teríamos que cortar pessoal, fechar fábricas. Qual é a vantagem disso? Não é um negócio sustentável”, argumenta”, diz Farley.

Exigências da Greve

Os objetivos desta greve nos Estados Unidos tem como ponto principal a reivindicação de melhores salários. Além disso, o sindicato insiste na redução da jornada de trabalho de 40h para 32h semanais (semana com quatro dias de serviço), na revisão do mecanismo das pensões, no aumento das férias, e outros.

Segundo o presidente recém-eleito do UAW, Shawn Fain, afirma que os lucros obtidos pelas fabricantes nos últimos dez anos nos Estados Unidos foram de US$ 250 bilhões, sendo US$ 21 bilhões somente nos primeiros seis meses de 2023.

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