Levantamento do IBGE revela padrões de deslocamento para trabalho e estudo no país, destacando diferenças regionais, de renda e de gênero.
Um estudo inédito do IBGE ofereceu novas visões acerca da mobilidade dos brasileiros — com destaque para a forma que as pessoas vão trabalhar.
Segundo a pesquisa do órgão, o automóvel é o meio mais utilizado nos deslocamentos para o trabalho (32,3%), seguido por ônibus (21,4%) e motocicleta (16,4%).
A locomoção a pé representa 17,8% dos casos, totalizando, juntos, 87,9% dos trajetos diários. No total, 48,9 milhões de pessoas utilizam meios motorizados: 22,6 milhões vão de carro, 14,9 milhões de ônibus e 11,4 milhões de motocicleta.
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Segundo o analista Mauro Sergio Pinheiro, o cenário reflete a prioridade histórica dada às rodovias no país e a defasagem do transporte público frente ao crescimento urbano. Apenas 1,6% da população (1,1 milhão de pessoas) usa trem ou metrô — proporção próxima à de vans e peruas (1,4%).
O levantamento também aponta 12,4 milhões de brasileiros que vão a pé ao trabalho (17,8%) e 4,4 milhões que usam bicicleta (6,2%), evidenciando a importância dos meios não motorizados no cotidiano.
O transporte individual motorizado predomina nas regiões Centro-Oeste (58,8%) e Sul (57,1%), enquanto o uso da motocicleta é mais comum no Norte (28,5%) e Nordeste (26,0%). O Rio de Janeiro é o estado com maior uso do transporte coletivo, com 35,8% dos trabalhadores indo de ônibus e 4,8% utilizando trem ou metrô.
Caminhar ou pedalar até o trabalho é mais frequente no Nordeste, onde 30,4% dos trabalhadores usam meios não motorizados, e especialmente na Bahia (28,1%), Alagoas (25,5%) e Pernambuco (25,4%). O transporte hidroviário, embora minoritário, é relevante na Região Norte, onde ultrapassa 2% dos deslocamentos.
De acordo com o estudo , dois em cada três brasileiros levam até meia hora para chegar ao trabalho. Já 1,3 milhão de pessoas enfrentam trajetos superiores a duas horas. As populações preta (13,9%) e parda (11,0%) são as que mais passam entre uma e duas horas no percurso, enquanto a branca (58,5%) concentra a maior proporção de deslocamentos curtos.
Nos grandes centros urbanos, os tempos de trajeto são mais longos: 11 dos 20 municípios com mais trabalhadores que levam mais de duas horas até o trabalho estão no Rio de Janeiro.
A proporção de pessoas que trabalham em outro município cresce conforme a renda, alcançando 13,2% entre os que têm rendimento domiciliar per capita entre três e cinco salários mínimos, quase o triplo dos que ganham até um quarto do mínimo (4,6%).
O teletrabalho é mais comum nas faixas de renda mais altas e entre pessoas com maior nível de instrução. Já o uso do automóvel, trem ou metrô aumenta à medida que cresce a escolaridade. Entre trabalhadores com ensino superior completo, 57,8% usam automóvel, e 68,1% utilizam meios individuais motorizados para ir ao trabalho.
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