Importação de carros elétricos despenca 56% em 2025 com alta de tarifas; híbridos plug-in viram maioria e China mantém 70% do mercado
O aumento progressivo das tarifas de importação alterou drasticamente a dinâmica do mercado automotivo brasileiro em 2025. Dados compilados pela Logcomex, empresa especializada em comércio exterior, apontam que o valor das importações de veículos eletrificados recuou 19% entre janeiro e setembro. O tombo foi puxado, sobretudo, pelo colapso na entrada de carros 100% elétricos, cujo valor importado despencou 56% no período.
Em números absolutos, a movimentação de modelos puramente elétricos caiu de US$ 1,4 bilhão nos primeiros nove meses de 2024 para US$ 653,6 milhões neste ano — uma retração superior a US$ 740 milhões. O cenário reflete a escalada tarifária implementada pelo governo federal em julho, que tornou a importação de unidades montadas menos competitiva e forçou uma revisão de rota das montadoras.
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Enquanto os elétricos puros perdem fôlego, os híbridos plug-in ocuparam o vácuo deixado no mercado. Essa categoria registrou alta de 3%, movimentando US$ 1,8 bilhão. Com isso, os plug-ins assumiram a liderança absoluta do setor, respondendo hoje por 56% de todo o valor importado de eletrificados no Brasil.
Os híbridos convencionais (HEV) também cresceram 3%, somando US$ 637,3 milhões, enquanto as opções a diesel recuaram 9%. Essa reconfiguração do mix de produtos indica uma adaptação rápida dos importadores às novas regras fiscais, que também anteciparam tarifas para veículos parcialmente desmontados, acelerando os planos de nacionalização das fábricas.
Apesar das barreiras, a China mantém sua hegemonia inabalável, respondendo por 70% do valor importado de eletrificados no acumulado do ano. Países tradicionais como Alemanha (7%) e Eslováquia (5%) aparecem distantes no ranking.
A logística dessa invasão asiática também tem endereço certo: o Espírito Santo. Graças à eficiência portuária e incentivos fiscais, o estado foi a porta de entrada para 77% de todo o valor importado da categoria, seguido por Santa Catarina (8%) e Bahia (4%). Segundo Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex, a volatilidade tarifária e cambial tem exigido dos importadores um planejamento cada vez mais baseado em dados para evitar prejuízos com estoques parados.
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