Instituto do Paraná cria “transporte escolar auditável” para evitar desvios de dinheiro

Muitos estados pagam pelo transporte escolar com base no quilômetro percorrido. Nova ferramenta da Fundepar quer auditar essas distâncias

Transporte escolar no Paraná
Mais de 4 milhões de estudantes do Brasil não frequentam aulas na cidade em que moram (Foto: Lucas Fermin | Seed-PR)
Por Eduardo Passos
Publicado em 17/10/2025 às 21h00

O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) desenvolveu uma nova plataforma que promete mais transparência ao repasse de dinheiro público destinado à Educação.

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O projeto Educação no Rumo Certo se apoia no monitoramento: ele usa rastreadores para certificar a distância percorrida por ônibus e vans escolares, garantindo o pagamento adequado aos fornecedores do transporte.

Por que é importante?

Em um Brasil de dimensões continentais, o Inep estima que mais de 4 milhões de estudantes frequentam aulas em cidades diferentes das que moram.

Para os estudantes de zonas rurais, a dependência do transporte é ainda maior: só um terço desses conseguem ir às aulas caminhando; mais de um terço leva pelo menos meia hora de deslocamento até a escola.

Diante disso, muitos estados adotam o modelo de repasse por quilômetro: a verba repassada aos municípios para custear o transporte dos alunos é calculada conforme a quantidade de jovens e o quantos eles percorrem ao longo do ano letivo.

Projeto Educação no Rumo Certo
Gestores conseguem checar distâncias percorridas pelo transporte escolar em tempo real (Foto: Reprodução | Fundepar)

O projeto

É nesse aspecto que o Educação no Rumo Certo promete atuar: o novo sistema disponibiliza a quilometragem de cada veículo e seus trajetos, fator que impacta diretamente no recurso que deve ser repassado aos municípios.

“Desta forma é possível comparar a quilometragem declarada no Sistema de Gestão do Transporte Escolar (Siget) com a real executada, a qual é utilizada na metodologia de cálculo do custo aluno”, explica a gerente do Departamento de Transporte Escolar do Fundepar, Claudia Akel.

O mecanismo de controle evita erros e fraudes na destinação do dinheiro, mas também poupa tempo dos servidores. Isso porque as rotas percorridas pelos veículos podem ser exportadas rapidamente para os sistemas estatais.

O projeto-piloto já funciona em oito municípios paranaenses: Cambé, Corbélia, Luiziana, Rolândia, Reserva do Iguaçu, Laranjeiras do Sul, Ibiporã e Iretama.

A escolha das cidades ocorreu com base na alta quilometragem percorrida pelos estudantes locais. Também buscou abranger diferentes cenários de gestão da frota dos veículos escolares: frota própria do município, mista ou terceirizada.

Caso o piloto seja aprovado, o Educação no Rumo Certo deve ficar disponível para outros municípios do Paraná.

O investimento de, até agora, R$ 1,3 milhão promete ser pequeno frente à economia. Atualmente, estima-se que 210 mil alunos utilizem o transporte escolar para frequentar aulas na rede pública do estado.

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