Sem aviões elétricos, fabricantes como a Honda apostam nos chamados SAFs para uma aviação sem emissão de poluentes na atmosfera
A Honda anunciou que seu jatinho executivo realizou, na semana passada, um voo em que foi abastecido exclusivamente com combustível de aviação sustentável (SAF). Com isso, a fabricante se tornou a pioneira nesse tipo de voo, sem sem mistura com querosene convencional, realizado em um jato executivo bimotor.
Os motores GE-Honda HF120 do HondaJet já haviam passado por ensaios de bancada com 100% de SAF em 2022. Em demonstrações anteriores do setor, a prática comum era o uso de misturas 50/50 com Jet A — o combustível convencional. Segundo a Honda, seu teste aconteceu sem alterações mecânicas do hardware.
De acordo publicações especializadas, a aeronave sobrevoou a região de Greensboro (EUA) e pousou no aeroporto de Piedmont Triad após o ensaio. A Honda informou que seguirá trabalhando com parceiros regulatórios e de motorização para viabilizar a certificação do uso de 100% SAF em jatos leves.
O SAF pode reduzir as emissões de CO₂ em até 80% ao longo do ciclo de vida, a depender da matéria-prima e do processo de produção — números citados por entidades do setor aéreo.
O combustível utilizado não teve sua fórmula exata revelada, mas relatos técnicos sugerem que a receita pode ter sido a chamada HDO-SAK. Esse composto é feito por conversão catalítica de carboidratos (açúcares) e sua fonte pode ser a sacarose da cana-de-açúcar.
O Brasil também está na corrida dos SAFs, e aposta no etanol para isso. O próprio governo brasileiro já vem trabalhando junto a empresas para desenvolver a fórmula nacional. Até o momento, já há autorização para misturas com 50% de álcool.
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