Montadoras investem em IA para frear prejuízos com recalls, mas eficácia é incerta

Ferramentas prometem identificar defeitos visuais na fábrica, mas especialistas alertam que a tecnologia não corrige falhas de projeto.

MY15 Hyundai Sonata
Montadoras apostam em IA para detectar falhas na linha de produção (Foto: Hyundai | Divulgação)
Por Tom Schuenk
sob supervisão de Eduardo Passos
Publicado em 02/12/2025 às 12h00

Pressionada por um ambiente cada vez mais competitivo e pelo buzz da tecnologia, a indústria automotiva iniciou uma corrida tecnológica para levar a inteligência artificial (IA) às linhas de montagem. A promessa das grandes montadoras é utilizar algoritmos avançados para elevar o padrão de qualidade e estancar os prejuízos de recalls, por exemplo. Contudo, analistas do setor alertam que a tecnologia, embora promissora, ainda não entrega resultados concretos o suficiente para ser considerada uma solução definitiva.

AutoPapo
NÃO FIQUE DE FORA do que acontece de mais importante no mundo sobre rodas!
Seguir AutoPapo no Google

VEJA TAMBÉM:

O custo dos erros e a aposta na tecnologia

A urgência por mudanças tem um claro viés financeiro. A Ford, por exemplo, enfrenta problemas por conta de recalls sucessivos nos EUA, onde também está absorvendo custos ao honrar a garantia. Nesse cenário, a IA é vendida pelos seus defensores como uma ferramenta capaz de blindar o processo produtivo contra falhas humanas e operacionais.

Entre as principais aplicações práticas estudadas pelas fabricantes estão:

  • O uso de câmeras de alta resolução para detectar defeitos visuais na linha de produção;
  • Algoritmos que identificam padrões anormais durante a montagem das peças;
  • Sistemas de alerta para evitar erros de instalação por parte dos operários.

Apesar do otimismo corporativo, a eficácia dessa estratégia é alvo de ceticismo. Especialistas apontam que a IA é excelente para fiscalizar a conformidade visual, mas ineficaz contra problemas de raiz. A tecnologia pode apontar se um parafuso foi apertado corretamente, mas não consegue diagnosticar se o projeto de engenharia daquela peça é falho ou se o material utilizado é de baixa qualidade.

Portanto, enquanto a Inteligência Artificial não conseguir atuar na gênese do desenvolvimento dos veículos, ela servirá apenas como um filtro final, e não como a cura para os vícios de qualidade que têm marcado a indústria automotiva recente.

Newsletter
Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

TikTok TikTok YouTube YouTube Facebook Facebook X X Instagram Instagram

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:

Podcast - Ouviu na Rádio Podcast - Ouviu na Rádio AutoPapo Podcast AutoPapo Podcast
0 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Comentários com palavrões e ofensas não serão publicados. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Avatar
Deixe um comentário