Pesquisadores brasileiros desenvolvem bateria de sal e água que pode revolucionar eletrônicos

Mais segura e barata, nova tecnologia desenvolvida na UFPR é flexível, não pega fogo e promete revolucionar o mercado de eletrônicos

Pesquisadores UFPR desenvolvem bateria maleavel de sódio
Protótipo de bateria de íons de sódio apresenta flexibilidade, transparência e maior segurança em sua aplicação (Foto: UFPR | Divulgação)
Por Júlia Haddad
sob supervisão de Eduardo Passos
Publicado em 17/12/2025 às 17h00

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveram um protótipo inédito de bateria de íons de sódio que reúne, pela primeira vez na literatura científica, três características simultâneas: flexibilidade, transparência e funcionamento em meio aquoso. A inovação promete ser uma alternativa mais barata e segura às onipresentes baterias de lítio.

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A tecnologia ataca os principais gargalos dos modelos atuais: enquanto o lítio é escasso, caro e concentra riscos geopolíticos, o sódio — extraído do sal de cozinha — é abundante e acessível. Além disso, o novo dispositivo elimina o risco de explosões e incêndios, comuns em baterias convencionais que utilizam solventes orgânicos inflamáveis.

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Liderado pelo professor Aldo José Gorgatti Zarbin, do Grupo de Química de Materiais (GQM) da UFPR, o projeto utilizou nanotecnologia para criar o dispositivo. Diferente das baterias rígidas de celulares e carros elétricos, o modelo paranaense emprega eletrodos em filmes finos (nano-arquitetura) e um eletrólito à base de água. Essa combinação permite que os íons de sódio circulem com eficiência sem a necessidade de blindagens pesadas.

A soma dessas propriedades abre um leque futurista de aplicações industriais. Segundo os pesquisadores, a bateria poderia ser integrada a “janelas inteligentes” que captam e armazenam energia solar sem bloquear a visão, dispositivos eletrônicos vestíveis (wearables) na pele e até lentes de contato com circuitos integrados.

O desenvolvimento é fruto das teses de mestrado e doutorado da pesquisadora Maria Karolina Ramos. O trabalho ganhou destaque internacional ao ser publicado na revista Sustainable Energy & Fuels, da Royal Society of Chemistry, e rendeu a Zarbin o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia. Com a patente já depositada, o próximo passo do grupo é ampliar a capacidade de carga e buscar parcerias para produzir protótipos em escala comercial.

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