Por que a Fiat vai vender a Landtrek, a anti-Hilux (e não a Peugeot)?
Picape estava confirmada para ser vendida com a marca do leão, mas mudanças de planos começaram a ser divulgadas pela imprensa
Picape estava confirmada para ser vendida com a marca do leão, mas mudanças de planos começaram a ser divulgadas pela imprensa
Aguardada como a nova picape da Peugeot para o mercado brasileiro desde 2020, a Landtrek será vendida como Fiat. Quem antecipou a informação foi o jornalista Freire Neto, do site Motores e Ação e, em apuração nossa, foi confirmada pelo AutoPapo.
Já de acordo com o jornalista Marlos Ney Vidal, do Autos Segredos, a Stellantis, irá vender a caminhonete nas redes das concessionárias das duas marcas: versões de entrada e intermediárias na rede Fiat e a top de linha com a marca Peugeot.
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Vidal ainda crava que o modelo terá o motor Blue HDI Peugeot 2.0 Turbo diesel. A potência é de 180 cv a 4.000 rpm e o torque de 40,8 kgfm a 2.000 rpm. O modelo poderá ter câmbio manual de cinco marchas ou automático de seis velocidades da Aisin, com opção de tração 4×4 com reduzida.
No mais, a Peugeot Landtrek manterá várias das qualidades do projeto original, como grande capacidade de carga (as versões estrangeiras transportam até 1.200 kg) e o interior sofisticado. O desenvolvimento local já conta com profissionais da Fiat, que tem maior experiência com picapes.
Aliás, essa experiência da marca italiana com picapes – tem na linha hoje as best-sellers Strada e Toro – pode ser o diferencial que faltava para colocar a Landtrek como uma player competitiva entre as caminhonetes médias.
Em um segmento conservador em suas escolhas, encarar Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger requer a expertise adquirida pela Fiat com seus dois utilitários. Já a Peugeot teve dois fracassos ao tentar vender picapes no mercado brasileiro.
O primeiro deles ocorreu logo após a abertura do mercado nacional aos produtos importados. Em 1994, a Peugeot 504 Pickup começou a desembarcar no país. A caminhonete tinha ótima capacidade de carga: suportava nada menos que 1,3 tonelada. Além do mais, vinha com um motor a 2.3 a diesel de 70 cv de potência (número que parece pífio atualmente, mas que estava coerente com o padrão dos veículos utilitários da época).
Apesar de ter adquirido boa fama pela sua robustez, o pós-venda da marca francesa na época, em uma época na qual ela ainda era somente importadora. Relatos de falta de peças e de mão-de-obra especializada tornaram-se comuns.
Outro problema era o projeto ultrapassado: o sedan no qual a picape se baseava data de 1968! Em fim de carreira, a caminhonete acabou saindo de linha na Argentina em 1999, o que colocou fim às exportações ao Brasil.
Em 2010, a Peugeot resolveu entrar no segmento de picapes compactas com a Hoggar, uma variante do hatch 207. O modelo tinha como principal atrativo a caçamba de 1.151 litros de volume: o maior da categoria na época. Já a capacidade de carga, de 660 kg, estava na média da concorrência.
Porém, a picape teve vendas pífias, e a produção em Porto Real (RJ) foi encerrada precocemente, em 2012. Pesaram a má fama das gamas 206 e 207 no que diz respeito à robustez da suspensão (item essencial em veículos utilitários) e a ausência de uma variação com cabine estendida.
Boris Feldman comenta esse fato:
Hoje, a Stellantis já vende o mesmo carro com as diferentes marcas do grupo. O furgão Fiat Fiorino, por exemplo, também é vendido como Peugeot Partner Rapid. Além disso, os furgões Fiat Scudo, Peugeot Expert e Citroën Jumpy tamnbém são o mesmo veículo com emblemas diferentes.
Também são praticamente o mesmo utilitário as vans Fiat Ducato, Peugeot Boxer e Citroën Jumper, mas, neste caso, o motor da marca italiana é diferente.
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