Pobre e orgulhosa, Nissan rejeita Honda e está mais perto de falir

De acordo com fontes da Reuters, diferenças crescentes, como a intenção da Honda de tornar a Nissan uma subsidiária, ameaçam a união

Executivos das Nissan e Honda em anuncio de fusao
Negociação entre as duas japonesas ainda envolvem a conterrânea Mitsubishi e a francesa Renault (Foto: Nissan | Divulgação)
Por Julia Vargas
Publicado em 05/02/2025 às 17h00

As negociações entre Nissan e Honda, que incluíam também a Mitsubishi, estão indo de mal a pior. A fabricante de veículos como Kicks e Versa deve recuar com a fusão de empresas que resultaria na terceira maior montadora de carros do mundo, atrás apenas de Volkswagen e Toyota.

Tudo começou com o desmantelamento de uma aliança antiga entre Renault e Nissan, que há alguns anos enfrenta dificuldades financeiras e está caminhando para a falência. Nessa situação complicada, a marca buscou apoio em uma nova aliança, dessa vez entre as conterrâneas Honda e Mitsubishi. Essa união seria, inclusive, uma ofensiva contra o crescimento das empresas chinesas.

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No entanto, parece que o acordo dado como certo está patinando por desentendimento, especialmente da parte da Nissan, que não quer abrir mão de sua autonomia. Segundo fontes da Reuters, a marca poderia cancelar as negociações após a Honda ter sugerido que ela se tornasse uma subsidiária. A Nissan hesitou, pois isso era um afastamento do que foi originalmente enquadrado como uma fusão de iguais.

A Honda estava cada vez mais preocupada com o progresso de sua rival menor no plano de recuperação, de acordo com outra fonte. O valor de mercado da marca que produz Corolla e Yaris gira em torno de 7,92 trilhões de ienes (R$ 300 bilhões), sendo cinco vezes maior que o da Nissan, de 1,44 trilhão de ienes (aproximadamente R$ 50 bilhões).

Para complicar ainda mais a situação, as ações da empresa que teme a falência caíram mais de 4% na Bolsa de Valores de Tóquio. Isso fez com que a negociação das ações fosse interrompida temporariamente. Enquanto isso, as ações da Honda subiram mais de 8%, um sinal de aparente alívio para os investidores.

A Renault, parceira de longo prazo da Nissan, defende os interesses do grupo e de suas partes interessadas, de acordo com afirmações de um porta-voz do grupo. A montadora francesa ainda detém 36% da Nissan, incluindo 18,7% por meio de um fundo francês.

A sobrevivência da fusão ainda é uma dúvida, que ainda não foi esclarecida por nenhuma das partes.  Em declarações oficiais, as montadoras afirmaram que pretendem finalizar uma direção futura até meados de fevereiro.

No entanto, a demora e o suposto desentendimento levanta a perspectiva de que a união não aconteça e como isso pode atingir duramente a Nissan. A marca está no meio de um plano de recuperação e pretende cortar 9.000 funcionários e 20% da capacidade global. A grande dúvida é se ela poderá superar sua mais recente crise sem ajuda externa.

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6 Comentários
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José 6 de fevereiro de 2025

Foi só colocar um brasileiro na gestão que tudo ruiu, a corrupção anda de mãos dadas com os brazucas.

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Antonio Pereira 7 de fevereiro de 2025

Takipariu, infelizmente tenho que lhe dar razão.

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Santiago 6 de fevereiro de 2025

Nesse caso, “fusão” seria apenas um termo amigável para referir-se à uma compra/aquisição, mais por respeito à empresa que está sendo adquirida.
Só que os atuais donos da Nissan estão querendo interpretar o termo “fusão” ao pé da letra, como se fosse uma união de forças entre as duas marcas.
Porém se a Nissan está no miserê, e a Honda está aportando todo o dinheiro da operação, obviamente é porque a Honda estará no controle e conduzirá a situação nos seus termos. Não é por amor e nem por caridade.
Melhor virar uma subsidiária do que falir.

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Elton Antonio 6 de fevereiro de 2025

Quem vai comprar carro de uma marca que está falida?????? Além de que a Nissan tem carros pouco confiáveis, falta peças e caras etc. Eu não compro dessa marca.

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Célio 6 de fevereiro de 2025

Quem irá comprar carro de uma empresa que está indo a bancarrota?

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Célio 6 de fevereiro de 2025

O autor confundiu Honda com Toyota, em “valor de mercado”

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