Com desconto para EVs perto de ser extinto por Donald Trump, interessados correm às lojas. O 'cashback' do governo, entretanto, sofre com atrasos
Nos Estados Unidos, uma das principais políticas de incentivo à compra de carros elétricos é um abatimento de US$ 7.500 (cerca de R$ 39,9 mil), pago pelo governo federal.
No entanto, o sistema responsável pelo reembolso enfrenta um problema grave: os pedidos estão travados há mais de duas semanas, comprometendo o fluxo de caixa dos concessionários.
Isso ocorre nos últimos dias do programa, que foi extinto por Donald Trump. Não à toa, já há acusações de um atraso intencional.
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Atualmente, o crédito é bancado pela concessionária, que depois recebe o estorno do IRS — equivalente à Receita Federal dos EUA. Um carro que custa US$ 50.000, por exemplo, sai por US$ 42.500, cabendo ao lojista procurar o governo para abater o valor de seus débitos.
Normalmente, o IRS leva de 3 a 5 dias para liberar o reembolso, mas o atraso fez com que muitas concessionárias ficassem com valores entre US$ 80 mil e US$ 100 mil (R$ 426 mil a R$ 533 mil, respectivamente) “pendurados” nos cofres do governo.
As contas passaram a não fechar: algumas lojas pararam de oferecer o desconto imediatamente. Entretanto, outras estão segurando os veículos, liberando a entrega aos clientes mediante o pagamento do IRS.
Essa situação gera atrito com os clientes, além de poder afetar os fornecedores. O problema, segundo a NBC, só cresce à medida que chega-se perto do dia 30 de setembro, que é a data limite do programa.
A explicação “oficial” para o atraso é o alto número de pedidos — o que sugere que existe uma corrida de última hora antes do fim do programa. O IRS também estaria com um baixo número de funcionários para o alto número de demandas.
No entanto, existe também uma explicação “política”, que ajuda a levantar suspeitas de que o governo Trump poderia estar retardando o processo deliberadamente, como uma forma de frear as vendas dos elétricos. Os EVs vêm sendo duramente criticados pelo presidente, que apoia abertamente a mobilidade a base de petróleo.
Apesar da incerteza, um porta-voz da Casa Branca garantiu que o governo pagará todos os pedidos que concessionárias fizerem até 30 de setembro. Mesmo assim, a situação criou um clima de “ansiedade” no mercado de EVs.
Isso porque tanto clientes quanto concessionários temem que o desconto acabe não sendo honrado, atrapalhando o planejamento financeiro. Para as revendedoras pequenas, ainda existe o risco de um rombo financeiro que pode levar à falência caso não recebam o reembolso rápido o suficiente.
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