Situação da Nissan piora e marca tem prejuízo de R$ 29 bilhões

Fechamento do ano fiscal em março mostrou que o déficit da montadora japonesa foi muito pior do que o previsto, aproximando-a da falência

Nissan Kicks Play Advance Plus 2025 interior volante
Nissan recusou a fusão com a Honda e está aplicando um plano emergencial de corte de gastos (Foto: Nissan | Divulgação)
Por Julia Vargas
Publicado em 26/04/2025 às 13h00

Parece que a luz no fim do túnel para a Nissan está cada vez mais distante. Depois da aplicação de um plano emergencial para evitar a falência e do fracasso de sua fusão de R$ 350 bilhões com a Honda, que também envolvia a Mitsubishi, a marca enfrenta mais um desafio.

Acontece que a marca conhecida por produzir o Kicks, Sentra e Versa está prestes a anunciar uma série de resultados financeiros desastrosos, incluindo um prejuízo líquido recorde de cerca de US$ 5 bilhões no ano fiscal encerrado em março. O relatório completo de lucros não será divulgado antes de 13 de maio, mas a Nissan já confessou que espera um prejuízo líquido de ¥ 700-750 bilhões (de R$ 27,84 bilhões a R$ 29,83 bilhões) no ano fiscal encerrado em março.

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Esses números assustam e são uma ingrata surpresa até para a própria montadora que anteriormente tinha previsto um déficit bem mais modesto, embora não exatamente inspirador de confiança, de ¥ 80 bilhões (R$ 3,17 bilhões). Os números reais obtidos representam o maior prejuízo da história da empresa.

A montadora atribui a grande queda no vermelho às despesas com impairment, que é a terminologia contábil utilizada quando há redução do valor de um ativo nos livros contábeis de uma empresa. A empresa registrou ¥ 500 bilhões (R$ 19,88 bilhões) em despesas para a América do Norte, América Latina, Europa e Japão, e afirma que há ¥ 60 bilhões (R$ 2,38 bilhões) a serem adicionados como resultado de novos custos de reestruturação.

Situação da Nissan é alarmante e não é de hoje

Atualmente, a Nissan está em uma situação complicada. Em novembro passado, a empresa declarou estar em “modo de emergência” e um de seus executivos afirmou que há uma contagem regressiva, já que a montadora teria apenas de 12 a 14 meses para mudar o rumo dos acontecimentos e garantir sua sobrevivência.

Esse protocolo emergencial inclui cortar 9.000 empregos e 20% de sua capacidade global de fabricação, vender cerca de 10% das suas ações na Mitsubishi e atrasar o lançamento de novos modelos. Como se não bastasse, a Renault, que possuía 46% da marca japonesa, está pulando fora do barco gradualmente.

A francesa foi responsável por tirar a Nissan da falência em 1999 e, junto com a Mitsubishi, formaram uma aliança. Porém, agora a Renault está vendendo as ações que tinha e detém menos de 36%, com perspectivas de redução desse número.

O acordo de fusão com a Honda parecia ser a salvação para todos os problemas, já que além de co-desenvolver veículos elétricos, a conterrânea japonesa se tornaria uma ‘investidora âncora’ ou até mesmo que compraria as ações vendidas pela Renault. Essa união seria, inclusive, uma ofensiva contra o crescimento das empresas chinesas.

No entanto, o acordo dado como certo estagnou em fevereiro. Fontes próximas às fabricantes revelaram posteriormente que a Nissan havia se sentado à mesa pensando que seria uma parceria igualitária e desistiu ao perceber que perderia sua autonomia, pois a Honda queria torná-la uma subsidiária.

A Nissan está buscando ativamente um novo parceiro, admitindo que terá dificuldades para sobreviver sozinha. Em resposta, a gigante taiwanesa de tecnologia Foxconn manifestou interesse em fazer negócio, mas afirmou que prefere se associar à empresa japonesa do que comprá-la.

Embora as negociações de fusão com a Honda e a Mitsubishi tenham fracassado, as três empresas dizem que continuarão a colaborar na eletrificação e no desenvolvimento de software como parte de um esforço mais amplo para permanecerem competitivas na corrida dos veículos elétricos, principalmente contra os rivais chineses.

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1 Comentário
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Edson Carlos 27 de abril de 2025

Nissan está cada vez mais falida e quebrada. Não comprem Nissan que vão se arrepender e perder dinheiro. Nessa crise ninguém consegue reverter um prejuízo desse tamanho.

Fujam da marca Nissan amigos, é bomba na certa.

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