Com alta na frota elétrica e desafios para a rede elétrica, o reator modular de Bill Gates surge como solução para suprir demanda energética
Com o crescimento acelerado da frota de veículos elétricos (EVs) em todo o mundo, especialmente na Europa, surge uma preocupação urgente: como suprir essa demanda energética crescente sem sobrecarregar a infraestrutura elétrica atual?
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Estima-se que até o final do ano cerca de 14 milhões de carros elétricos estejam em circulação na Europa, o que representa 5,6% da frota total. A meta é que, a partir de 2035, apenas veículos elétricos novos possam ser comercializados, o que deve intensificar ainda mais o consumo de energia.
Nesse novo cenário, a estabilidade da rede elétrica se torna uma questão crítica. A maior preocupação está no consumo simultâneo, principalmente durante o período noturno, quando a maioria dos veículos elétricos está conectada às tomadas.
A TerraPower, empresa fundada por Bill Gates, aposta em uma solução inovadora: o reator nuclear Natrium. Desenvolvido para atender às futuras necessidades energéticas de forma mais eficiente e segura, o reator se diferencia dos modelos convencionais por sua tecnologia de ponta.
O Natrium é um reator modular resfriado com sódio líquido e acoplado a um sistema de armazenamento térmico em sal fundido, o que permite acumular energia e liberá-la sob demanda, conforme a necessidade da rede elétrica.
Com capacidade base de 345 MW e armazenamento de até 1 GWh, o Natrium é capaz de abastecer uma cidade de médio porte, o equivalente a uma infraestrutura de recarga para milhares de carros elétricos simultaneamente. A construção do primeiro reator começou em junho de 2024, no estado de Wyoming, EUA.
Entre suas principais vantagens, destaca-se a eficiência térmica elevada: ele opera a cerca de 550 °C, consome menos combustível nuclear e oferece menor risco de explosões ou pressões elevadas.
Vários países europeus já haviam iniciado o processo de abandono da energia nuclear, como Espanha, Alemanha e Bélgica. No entanto, esse movimento vem sendo revisto. A Alemanha já recuou e voltou a considerar a energia nuclear uma alternativa segura e estável.
A Bélgica suspendeu sua lei de eliminação gradual. França mantém cerca de 70% de sua matriz energética baseada em energia nuclear, sendo um dos maiores investidores do setor na Europa.
Com o avanço de reatores mais limpos e seguros, a União Europeia pode redirecionar sua estratégia energética, equilibrando sustentabilidade, eficiência e estabilidade da rede elétrica.
A proposta de Bill Gates, por outro lado, vai além da tecnologia, pois trata-se de uma estratégia para garantir uma infraestrutura energética robusta, flexível e escalável, capaz de sustentar o avanço da mobilidade elétrica global.
Consequentemente, à medida que os veículos elétricos se consolidam como o novo padrão automotivo, será necessário, portanto, investir em soluções de fornecimento em larga escala. Assim, reatores como o Natrium surgem como uma alternativa eficiente, limpa e adaptável às exigências do século XXI.
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Primeiro disseminaram o uso de veículos elétricos à bateria, sem pensar de onde viria a eletricidade pra recarregar tantas baterias.
A solução??? Trazer de volta a energia nuclear, sem pensar no quê fazer com os inevitáveis resíduos radioativos!
Fantástico…Tá faltando lugar no mundo pra tanto gênio!