Stellantis muda tática: volta do V8 e revisão de elétricos para recuperar vendas

Com novo CEO, montadora abandona investimentos em hidrogênio, foca em modelos a combustão e registra primeira alta de vendas nos EUA em dois anos

antonio filosa fca
CEO Antonio Filosa aposta no aumento do volume de vendas e em modelos mais acessíveis para crescer (Foto: Stellantis | Divulgação)
Por Júlia Haddad
sob supervisão de Eduardo Passos
Publicado em 15/12/2025 às 19h00

Sob o comando de Antonio Filosa, a Stellantis iniciou uma mudança radical de estratégia corporativa, relatada pela agência Reuters através de pessoas próximas ao comando. O novo CEO, que assumiu em junho, abandonou a política de “preço sobre volume” do antecessor Carlos Tavares para priorizar a recuperação da participação de mercado, mesmo que isso custe as margens de lucro no curto prazo.

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A manobra é descrita internamente como uma operação de “sala de emergência” para estancar a crise, especialmente na América do Norte. A gestão anterior focava em cortes de custos severos e preços elevados, o que resultou em uma queda de 15% nas vendas nos Estados Unidos em 2024, enquanto o mercado local crescia. O cenário gerou estoques encalhados e atritos com a rede de concessionários.

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Volta do V8 e revisão da eletrificação

Para reverter o quadro, Filosa retomou as vendas para frotas — prática evitada anteriormente por reduzir a rentabilidade média — e redirecionou o foco de produtos. O plano inclui trazer de volta o Jeep Cherokee e o icônico motor V8 Hemi para preencher lacunas deixadas no portfólio.

Além disso, a montadora cortou investimentos em tecnologias de longo prazo, como direção autônoma e hidrogênio, e revisou as metas agressivas de eletrificação para 2030. O pragmatismo já surtiu efeito: no terceiro trimestre, as vendas na América do Norte subiram 6% — a primeira alta após oito trimestres consecutivos de retração.

A estratégia conta com o aval das famílias controladoras do conglomerado, que aceitam margens menores para garantir a sobrevivência comercial da gigante automotiva. Contudo, o futuro da estrutura do grupo está sob análise.

Com 14 marcas no portfólio, a nova gestão avalia a viabilidade de manter todas as operações ativas, especialmente na Europa, onde há sobreposição de público entre as fabricantes.

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