Senadora que taxar carros elétricos em quase R$ 6 mil por serem pesados

Ela alega que os veículos a bateria pesam três vezes mais que um equivalente a combustão e usa outras argumentos exagerados

ford mustang mach e gt amarelo frente e lateral
O motivo é equiparar a uma taxação que existe sobre os combustíveis (Foto: Ford | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 14/02/2025 às 11h00

Uma senadora dos EUA propôs uma taxa fixa de US$ 1.000 (R$ 5.763 em conversão direta) para os donos de carros elétricos por causaram mais danos nas rodovias. O argumento da republicana Deb Fischer é que esses veículos são mais pesados que os modelos a combustão.

A ideia não seria de todo ruim, os carros elétricos realmente pesam mais que os equivalentes a combustão. Porém essa senadora usou argumentos completamente fora da realidade para defender a taxação.

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A F-150 Lightning pesa mais de 2700 kg, a senadora alegou que a versão a combustão pesa metade disso (Foto: Ford | Divulgação)

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Ela alegou que uma Ford F-150 Lightning pesa mais de 2.700 kg, enquanto o equivalente a combustão pesa metade disso, 1.360 kg. Na realidade, a caminhonete da Ford pesa entre 1.992 e 2.699 kg, depende da configuração. A senadora acertou apenas o peso do modelo elétrico.

O outro exemplo usado foi o Ford Mustach Mach E comparado contra o Mustang a combustão, dois carros completamente diferentes. O crossover elétrico realmente pesa cerca de 400 a mais que o cupê esportivo, justamente por ser um carro familiar.

Na nota oficial da senadora é dito que os carros elétricos podem pesar três vezes mais que um carro a combustão. Essa alegação só é verídica se a comparação for entre o novo GMC Hummer EV e um Nissan Versa.

A outra proposta de Deb Fischer é de taxar em US$ 550 (R$ 3.170) cada módulo de bateria que pese mais de 454 kg. Isso enquadraria os elétricos mais populares dos EUA, como o Mustang Mach E, todos os carros da Tesla e o Chevrolet Equinox EV. Apenas modelos menores como o Chevrolet Bolt e o Nissan Leaf ficariam de fora.

O último argumento fora da realidade da senadora é de que a taxação sobre os carros elétricos representaria o impacto de 10 anos de uso deles. Segundo Fischer os carros a combustão tem vida útil de 160 mil km, que é equivalente a 10 anos de uso. Ela ignorou que a média de idade da frota de veículos nos EUA é de 12,6 anos.

Toda essa motivação para taxar os carros elétricos é por causa de um imposto que existe sobre os combustíveis fósseis nos EUA. Uma porcentagem do preço da gasolina e do diesel vão para um fundo dedicado a manutenção das rodovias.

Segundo o portal Carscoops, outros senadores republicanos apoiam essa causa. Eles alegam que o aumento nas vendas de carros elétricos podem gerar um déficit nesse fundo.

Entretanto, apenas 0,86% dos carros registrados nos EUA e aptos a rodar são elétricos. Em 2024 eles representaram por apenas 6.8% das vendas de carros novos.

Os senadores podem buscar argumentos mais sólidos para que os elétricos também contribuam para o fundo de manutenção das rodovias. Não precisam mentir sobre o peso deles e a idade da frota.

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1 Comentário
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Santiago 14 de fevereiro de 2025

Ainda que ela esteja pessoalmente defendendo alguns interesses setoriais, a realidade é que a tecnologia a baterias só vai bem apenas em automoveis pequenos de uso urbano e em utilitários leves de serviços.
No mais, em veiculos maiores e mais pesados já começa a não ser viável. Haja eletricidade para recarregar as baterias!

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