Em movimentos simultâneos, BYD expande catálogo na Europa ao passo que Tesla — sem grandes novidades — também sofre com rejeição a Elon Musk
A BYD consolidou sua ofensiva no mercado europeu de veículos elétricos ao registrar um aumento de quase 400% em seus emplacamentos em setembro de 2025. O crescimento exponencial, combinado com uma retração da líder Tesla, diminuiu significativamente a distância entre as duas gigantes e avançou no redesenho do cenário competitivo no continente.
Dados divulgados nesta terça-feira (28) pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), que cobrem a União Europeia e o Reino Unido, revelam a dimensão do avanço chinês.
A BYD emplacou 24.963 veículos novos no mês passado — um salto de 398,0% em comparação com as 5.013 unidades registradas em setembro de 2024.
Enquanto a BYD comemorava, a Tesla enfrentou um revés: a montadora americana, ainda líder em volume, viu seus emplacamentos caírem 10,5% no mesmo período, totalizando 39.837 unidades contra 44.502 no ano anterior.
A tendência de rápida ascensão da BYD, que iniciou sua entrada no mercado europeu há apenas três anos, é ainda mais evidente na análise do acumulado do ano. De janeiro a setembro de 2025, a montadora chinesa vendeu 120.859 veículos na Europa — um crescimento de 299,5% sobre os 30.254 do mesmo período em 2024.
A trajetória da Tesla nos primeiros nove meses do ano também foi negativa: a empresa registrou 173.694 unidades comercializadas, marcando um recuo de 28,5% em relação às 242.976 unidades vendidas no ano anterior.
Dentro do bloco da União Europeia (UE), o desempenho da BYD também foi robusto, embora ligeiramente mais contido que no continente expandido. Os registros na UE atingiram 13.221 unidades em setembro — alta de 272,1%. A Tesla, por sua vez, teve queda de 18,6% na UE, com 25.656 unidades.
Especialistas apontam que a linha cada vez mais diversificada de produtos da BYD tem ganhado rápida aceitação entre os consumidores europeus.
A Tesla, por outro lado, não lança um carro novo na Europa há cinco anos, e ainda lida com a rejeição crescente à figura de Elon Musk, cada vez mais envolvido em ações políticas no continente.
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