Trabalhadores via app disparam no Brasil e já são 1,7 milhão no total

Levantamento do IBGE revela avanço do trabalho via aplicativos e maior dependência dos trabalhadores em relação às plataformas

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O estudo evidencia o elevado grau de controle exercido pelas plataformas sobre as condições de trabalho (Foto: Rovena Rosa | Agência Brasil)
Por Júlia Haddad
sob supervisão de Eduardo Passos
Publicado em 28/10/2025 às 13h00

O Brasil registrou, no terceiro trimestre de 2024, 1,7 milhão de pessoas atuando por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços. É o que mostram os dados mais recentes divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (17). O número representa 1,9% da população ocupada no setor privado e mostra um aumento de 25,4% em relação a 2022, quando havia 1,3 milhão de trabalhadores nessa condição.

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O que dizem os números

O trabalho por aplicativos de transporte de passageiros segue predominante com 58,3% dos ‘plataformizados’ exercem sua atividade principal nessa modalidade, totalizando 964 mil pessoas.

Desse contingente, 878 mil atuam no transporte particular, e 228 mil em aplicativos direcionados a taxistas. Outros 29,3% (485 mil) trabalham com entregas e 17,8% (294 mil) prestam serviços gerais ou profissionais.

Entre 2022 e 2024, o maior crescimento percentual ocorreu nesse último grupo, com alta de 52,1%, indicando maior diversificação das atividades oferecidas nas plataformas.

O estudo mostra que 83,9% dos plataformizados são homens, e quase metade tem entre 25 e 39 anos. A maioria possui ensino médio completo ou superior incompleto. Além disso, 86,1% atuam como trabalhadores por conta própria, enquanto apenas 6,1% são empregadores.

O grupamento de Transporte, armazenagem e correio concentra 72,5% desses trabalhadores, em função da força do setor de mobilidade urbana e entregas.

O rendimento mensal médio dos plataformizados (R$ 2.996) supera ligeiramente o dos demais trabalhadores do setor privado (R$ 2.875). Porém, como suas jornadas semanais são mais longas, 44,8 horas, em média, o rendimento por hora trabalhada é menor: R$ 15,40, contra R$ 16,80 entre os não plataformizados.

Entre os motociclistas, um terço atua por aplicativos. Eles também ganham mais do que os não plataformizados, mas trabalham quase quatro horas a mais por semana. A informalidade chega a 84,3%.

O estudo evidencia o elevado grau de controle exercido pelas plataformas sobre as condições de trabalho: para 91,2% dos motoristas de transporte particular, o valor recebido é definido pelo aplicativo.

Entre entregadores, 76,8% afirmam que a forma de pagamento também é determinada pelas plataformas. Porém, ainda assim, a flexibilidade é um atrativo e com 78,5% dos motoristas destacam a liberdade de escolher dias e horários como fator determinante em sua rotina.

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