A reversão derruba padrões ambientais, reduz metas de eficiência e elimina créditos para EVs, gerando incerteza na indústria
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou na quarta-feira (3) o desmonte da política de eficiência energética herdada da gestão Joe Biden. A medida reduz drasticamente as exigências ambientais para as montadoras e sinaliza o fim da prioridade federal para a transição aos veículos elétricos.
Ao lado de executivos das três grandes montadoras de Detroit no Salão Oval, Trump cumpriu uma promessa de campanha ao revogar o que chamou de “fraude verde”. O argumento central da Casa Branca é econômico: o governo promete que a flexibilização das regras reduzirá o preço médio dos automóveis novos em cerca de US$ 1.000, citando a crise do custo de vida como justificativa imediata.
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A alteração regulatória é profunda. A gestão democrata havia estabelecido que a frota das montadoras deveria atingir uma média de aproximadamente 21,4 km/l até 2031 — um índice que, na prática, obrigava a venda massiva de elétricos para compensar modelos a gasolina. O novo teto estabelecido por Trump cai para aproximadamente 14,6 km/l.

Além de baixar a régua da eficiência, a administração eliminou as multas pesadas para quem descumprisse as metas e removeu créditos fiscais federais que incentivavam a compra de EVs. Isso permite que as marcas continuem lucrando com picapes e SUVs a combustão sem a pressão regulatória para eletrificar o portfólio.
Publicamente, a reação da indústria foi de apoio. A Stellantis afirmou que a medida “realinha” as metas com a demanda real do consumidor, que esfriou para elétricos nos EUA. A General Motors declarou que continuará buscando eficiência por conta própria.
Nos bastidores, porém, analistas apontam riscos estratégicos. Isso porque as montadoras já investiram bilhões em fábricas de baterias e plataformas elétricas, que agora ficam subutilizadas. Além disso, a decisão cria uma “ilha regulatória”: enquanto Europa e China aceleram a eletrificação com normas rígidas, os EUA recuam. Especialistas alertam que isso pode tirar a competitividade global da indústria americana, deixando o caminho livre para o domínio tecnológico chinês no setor.
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