Chineses instalam fábricas na Europa e, através de fabricação questionável, geram acusações de estarem driblando tarifas
“Atualmente existem fabricantes na Europa que montam carros chineses com componentes chineses e pessoal chinês na Espanha e na Hungria. Isso não está certo”.
Foram essas as palavras de Stéphane Séjourné, um vice-presidente da Comissão Europeia, em entrevista à imprensa italiana.
Sem mencionar nomes, Séjourné pode ter se referido a nomes como BYD e CATL, por exemplos. A primeira por conta da sua grande fábrica em obras na Hungria; a segunda, pela ‘gigafábrica’ de baterias que vêm construindo na Espanha.
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Também pode ser o caso das marcas Omoda e Jaecoo e a Ebro, que não fabricam seus carros integralmente em território europeu. Os veículos são produzidos na China e enviados parcialmente desmontados, no formato semi-desmontado (SKD), para serem finalizados em Barcelona.
Em história semelhante à do Brasil, a expectativa é que, até 2026, os carros passem a chegar completamente desmontados (CKD). Essa é a etapa que abriria caminho para a produção local de componentes e integração de fornecedores europeus.
A tentativa de contornar tarifas também tem enfrentado obstáculos. A Stellantis, que montava o elétrico Leapmotor T03 na Polônia, por exemplo, descobriu que o modelo continuava sujeito às mesmas tarifas aplicadas aos carros importados da China. O projeto foi interrompido, e o veículo voltou a ser importado diretamente do mercado chinês.
Enquanto isso, as autoridades europeias estão particularmente preocupadas com o avanço das marcas chinesas nos segmentos de carros híbridos e híbridos plug-in. De acordo com Séjourné, a participação das montadoras europeias no mercado local deve cair de 70% para 55% até 2035. A dependência de componentes também tende a se agravar, passando dos atuais 85% para menos de 50%.
Para o comissário, o desafio vai além das fábricas em si e envolve todo o ecossistema industrial que elas geram, responsável por empregos, inovação e desenvolvimento regional.
Ele defende que a Europa adote regras mais rigorosas para o investimento estrangeiro, em vez de recorrer a tarifas que, segundo ele, “destroem a cadeia de valor e criam tensões comerciais”.
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