União Europeia impõe novas regras para conter avanço das montadoras chinesas

Chineses instalam fábricas na Europa e, através de fabricação questionável, geram acusações de estarem driblando tarifas

Linha de Montagem BYD
UE procura equilibrar o jogo industrial com a China e fortalecer a produção local de veículos e componentes (Foto: BYD | Divulgação)
Por Júlia Haddad
Publicado em 10/11/2025 às 16h00

“Atualmente existem fabricantes na Europa que montam carros chineses com componentes chineses e pessoal chinês na Espanha e na Hungria. Isso não está certo”.

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Foram essas as palavras de Stéphane Séjourné, um vice-presidente da Comissão Europeia, em entrevista à imprensa italiana.

Sem mencionar nomes, Séjourné pode ter se referido a nomes como BYD e CATL, por exemplos. A primeira por conta da sua grande fábrica em obras na Hungria; a segunda, pela ‘gigafábrica’ de baterias que vêm construindo na Espanha.

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Também pode ser o caso das marcas Omoda e Jaecoo e a Ebro, que não fabricam seus carros integralmente em território europeu. Os veículos são produzidos na China e enviados parcialmente desmontados, no formato semi-desmontado (SKD), para serem finalizados em Barcelona.

Em história semelhante à do Brasil, a expectativa é que, até 2026, os carros passem a chegar completamente desmontados (CKD). Essa é a etapa que abriria caminho para a produção local de componentes e integração de fornecedores europeus.

Barreiras protecionistas

A tentativa de contornar tarifas também tem enfrentado obstáculos. A Stellantis, que montava o elétrico Leapmotor T03 na Polônia, por exemplo, descobriu que o modelo continuava sujeito às mesmas tarifas aplicadas aos carros importados da China. O projeto foi interrompido, e o veículo voltou a ser importado diretamente do mercado chinês.

Enquanto isso, as autoridades europeias estão particularmente preocupadas com o avanço das marcas chinesas nos segmentos de carros híbridos e híbridos plug-in. De acordo com Séjourné, a participação das montadoras europeias no mercado local deve cair de 70% para 55% até 2035. A dependência de componentes também tende a se agravar, passando dos atuais 85% para menos de 50%.

Para o comissário, o desafio vai além das fábricas em si e envolve todo o ecossistema industrial que elas geram, responsável por empregos, inovação e desenvolvimento regional.

Ele defende que a Europa adote regras mais rigorosas para o investimento estrangeiro, em vez de recorrer a tarifas que, segundo ele, “destroem a cadeia de valor e criam tensões comerciais”.

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