Venda de carro usado perde fôlego e cai 12% em 2022

Segundo a Fenauto, setor de carros usados fechou o ano com 12,3 milhões de unidades negociadas, que corresponde a queda de 12%

patio veiculos vendas usado
quase um terço dos carros usados vendidos tinham mais de 13 anos (Foto: Shutterstock)
Por AutoPapo
Publicado em 04/01/2023 às 13h33

Quem tentou comprar um carro usado em 2022 passou aperto. Com preços nas alturas, puxado pela inflação do carro zero, e a maior dificuldade de obter crédito, fez com muitos consumidores mirassem num seminovo, mas acabaram acertando num velhinho mais gasto. E todos esses fatores impactaram nas vendas do setor.

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O volume de usados negociados teve seu pico em 2021, quando foram vendidos 15 milhões de unidades, segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). Em 2022, as transações caíram cerca de 12%, com 13,3 milhões de carros negociados.

Mas há uma explicação para o excelente desempenho de 2021 e porque 2022 não conseguiu repetir a performance. A pandemia do Covid-19 provocou o aquecimento do setor de carros usados. Com fábricas paradas, devido as medidas para conter o avanço da doença, e posteriormente a crise na cadeia de fornecimento, justamente porque as fábricas de componentes também ficaram paradas lá fora, faltou carro novo e o usado se tornou a bola da vez. E com a reabertura dos comércios e serviços, muita gente ficou com medo de usar o transporte público e apostou num carro usado, gerando uma demanda imensa e criando uma bolha no varejo.

E apesar da retração, a entidade considerou o resultado positivo e dentro da margem estimada entre 13 e 13,5 milhões de carros usados comercializados. De acordo com a Fenauto, restrições de crédito, aumento da taxa básica de juros impactaram no desempenho do setor.

Usado por idade

Segundo a Fenauto, do total de veículos negociados em 2022, 8,3 milhões são de automóveis. Desse montante, apenas 15,2% são de carros com até três anos de uso. 29,9% tinham dentre 4 e 8 anos, enquanto modelos com idade entre 9 e 12 anos de fabricação corresponderam a 24,5% das vendas.

Mas o nicho campeão foi o de carros usados com mais de 13 anos. Eles corresponderam a 30,45% das transações. E a explicação simples: com pouco dinheiro no bolso e com a dificuldade de aprovar financiamentos, o brasileiro precisou baixar o sarrafo e apostar em carros mais velhos e com valores mais acessíveis.

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