Volvo XC90 ganha tapinha para esticar vida do motor térmico

O SUV grande foi o primeiro carro da marca nessa nova fase e foi renovado após a mudança nos planos de vender apenas elétricos

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Maiores novidades estão na dianteira (Fotos: Volvo | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 05/09/2024 às 08h00

A Volvo foi uma das primeiras marcas a anunciar que abandonaria de vez os carros a combustão e teria uma linha 100% elétrica até o final da década. Ela voltou atrás nisso e lançou uma reestilização do XC90, aumentando a longevidade do SUV grande para continuar competitiva.

Esse é o segundo facelift promovido no Volvo XC90, o primeiro foi mais discreto. Agora o SUV com três fileiras de assento está com faróis mais esguios, tomada de ar menor e o desenho da grade trocou os frisos verticais por linhas diagonais e assimétricas.

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A traseira e a lateral mudaram pouco, apenas detalhes como desenhos do para-choque e dos frisos. A Volvo concentrou as maiores novidades do XC90 na cabine.

O painel foi todo redesenhado para ficar mais alinhado com a linha atual. A central multimídia de orientação vertical ficou maior e mais destacada: foi de 9 polegadas para 11,2. Poucos botões físicos foram mantidos abaixo dela, o console ficou apenas com o comando do câmbio, freio de estacionamento e o botão de partida.

São oferecidas versões de seis ou sete lugares, mudando a disposição da fileira central. A Volvo trouxe melhorias no isolamento acústico e na suspensão para tornar o XC90 ainda mais suave e silencioso.

As opções de motorização são sempre eletrificadas e usando o 2.0 turbo da marca. A Volvo ainda adota o turbo combinado a um compressor mecânico nas versões B6 e T8 do XC90.

Os modelos B5 e B6 são híbridos leves, com 250 ou 300 cv respectivamente. Já o T8 é híbrido plug-in, que une o motor turbo de 310 cv tracionando o eixo dianteiro com um elétrico de 145 cv no traseiro. A autonomia em modo elétrico é de 70 km no ciclo WLTP.

O XC90 é o carro mais antigo da Volvo em produção atualmente, ele foi lançado em 2014. O SUV foi usado na época para marcar uma nova fase da marca, usando uma plataforma e motores desenvolvidos de forma independente na Suécia e sem interferência da Ford.

A montadora já era parte do grupo chinês Geely, que apenas financiou a Volvo e deu liberdade a seus engenheiros. A intenção dos chineses era de aprender com os suecos.

Com essa reestilização, o XC90 atual pode superar os 13 anos de produção da primeira geração. Ele irá conviver ao lado do EX90, SUV de porte similar e 100% elétrico que está prestes a ser lançado.

A plástica é o atestado de que a Volvo foi extremamente otimista em seu plano de eletrificação total. Ela, assim como outros fabricantes, acreditaram num canto da sereia de que o mercado faria a transição de forma gradativa dentro de um cronograma mais otimista que a realidade.

O problema é que há gargalos de infraestrutura de recarga e fornecimento de energia em mercados desenvolvidos como norte-americano e europeu. Tudo isso, acendeu a luz amarela em várias marcas que desaceleraram a transição, inclusive com a Volvo que vai esticar a corda do XC90 para não precisar lançar um novo produto que beba gasolina e não carregar a pecha de ter queimado a largada.

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