Ducati V4 S Streetfighter: toda a magia da letra “V”
Com motor de quatro cilindros em V que entrega 208 cv, a Ducati V4 S tem asas laterais para voar baixo e um recheio de muita eletrônica
Com motor de quatro cilindros em V que entrega 208 cv, a Ducati V4 S tem asas laterais para voar baixo e um recheio de muita eletrônica
Curiosamente, as fábricas investem milhões para desenvolver sofisticadas carenagens em modelos superesportivos, para logo em seguida tirar tudo, deixando a moto pelada, em versão “naked”. Assim nasceu a Ducati V4S, baseada no míssil esportivo Panigale V4, que por sua vez tem inspiração no modelo Desmosedici do mundial de Moto GP.
Com motor propositalmente à mostra, ganhou a denominação de Ultranaked da marca, que achou pouco e injusto o batismo de “somente” naked e acrescentou Streetfighter, algo como guerreiro urbano. Entretanto, a marca parece ter razão. O modelo tem porte robusto e apesar da ausência de carenagem, um visual agressivo que impõe muito respeito, além da magia da letra vê, de V-4 no motor.
Trata-se da mesma arquitetura multicilindros que fez fama nos carros, por exemplo, com o enorme V8, que, porém, está em extinção. O também “V”, só com quatro cilindros, da Ultranaked Streetfighter tem 1103 cm³ e é inclinado a 90 graus, com o tradicional comando de válvulas desmodrômico. Ele entrega nada menos que 208 cv a 13.000 rpm e um torque de 12,6 kgfm a 9.500 rpm.
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Única a ser importada oficialmente para o Brasil, a versão “S” da Ducati V4, mais requintada e topode linha, tem preço sugerido de R$ 146.990. O valor do cheque, contudo, parece não ter sido problema para a freguesia, que esgotou imediatamente o estoque, com direito a fila de espera.
O motorzão batizado de Desmosedici Stradale é o chamariz. A bancada em V permite compactar as dimensões, centralizando as massas. A bomba d’água e a caixa do filtro de ar (com 12,8 litros), por exemplo, ficam dentro do V. Além disso, todo o motor pesa 64,5 kg, com emprego de muito magnésio e alumínio na construção.
Porém, é o comportamento que valida tudo. A eletrônica permite rodar sem pressa, “domingueiramente”, ou furiosamente, unindo dois mundos. Tudo controlado por uma central de medição inercial de seis eixos, que percebe aceleração, desaceleração, inclinações laterais e longitudinais, potência, velocidade e até se você espirrou, integrando os vários sistemas.
O controle de tração tem oito níveis, sendo dois para pisos escorregadios.O ABS tem três níveis de interferência e permite frear em curvas sem alargar a trajetória. O controle de derrapagem em curvas conta com dois níveis. O pacote continua com controle de largada em três níveis: é só acelerar, tirar a mão da embreagem e rezar para funcionar.
Tem ainda controle de empinadas, freio motor, quick shift de duas direções para passar as marchas para cima ou para baixo sem usar a embreagem e controle de suspensões.Todas as funções podem ser selecionadas individualmente, montando um ajuste pessoal.
Contudo, para facilitar a vida do piloto e reduzir o quebra cabeças das configurações, a Ducati V4 S tem três modos de pilotagem fixos: Racing, Sport e Street, que reúne em um pacote os vários sistemas, mudando os níveis de atuação em cada modo.
Outra curiosidade está na aerodinâmica. A Ducati V4 S não tem pára-brisa, nem carenagem. O piloto recebe quase todo o ar em altas velocidades, funcionando como um “para-quedas”: chega a ser desconfortável. Nem mesmo a badalada escola italiana de design resolveu a proporcionalidade da micro cobertura dianteira do painel e dos faróis (em LED), que destoam do conjunto por serem pequenos demais.Um desenho propositalmente minimalista para fazer par na outra extremidade, com miniaturizada rabeta.
Por outro lado, as laterais contam com duas asas de cada lado. Asas invertidas, conceito herdado da divisão de competições Moto GP (Ducati Corse), que prende a moto no chão em vez de decolar. As medições indicam que a 270 km/h. Se você ainda estiver no comando, as asas aumentam a pressão em 28 kg. sendo 20 kg na roda dianteira e 8 kg na roda traseira, melhorando a estabilidade. Bom saber disso, já que, se você quiser, a V4S ultrapassa essa velocidade.
A velocidade também otimiza os fluxos para os radiadores. É que o motorzão igualmente gera muito calor, exigindo grande área para resfriamento de “água” e óleo. Porém, em marcha lenta, no trânsito, por exemplo, a bancada traseira do motor é desligada momentaneamente quando a temperatura da água ultrapassa os 75 graus, salvando as pernas do piloto do escalpelamento. Para compactar as dimensões, o motor faz parte do quadro, fixando também a balança da suspensão traseira, resultando em apenas 178 kg de peso a seco.
A posição de pilotagem é confortável e não exige malabarismos, como nas esportivas puro sangue. O guidão é mais largo e alto (em substituição aos semi-guidões), o banco tem espuma de 60 mm e fica a 845 mm do chão. Além disso, as pedaleiras não tão recuadas formam uma ergonomia mais relaxada, porém, divertida, na hora de enrolar o cabo. Nas arrancadas, a Ducati V4 S vira um dragster, com as três primeiras marchas mais curtas e um foguete na velocidade, com as três últimas marchas mais longas.
Outro sistema também preparado para a adrenalina é o de suspensões. Na dianteira, garfo invertido Ohlins, com 43 mm de diâmetro e 120 mm de curso, com tratamento de nitreto de titânio, com regulagem eletrônica na compressão e retorno e funcionamento semi-ativo. A suspensão traseira, do tipo mono em monobraço de alumínio, também é Ohlins eletrônica, com 130 mm de curso, amplamente regulável e semi-ativa. Complementando o conjunto, amortecedor de direção Ohlins,integrado ao sistema.
O painel em tela TFT colorida de 5 polegadas de diâmetro é o mesmo da superesportiva Panigale V4 S. Pode-se configurar no layout pista, com o conta-giros em destaque e o tempo de volta em destaque, ou no formato Estrada, com as informações de praxe. O conta-giros vai mudando de cor, funcionando como shift-light, que avisa a hora de trocar de marcha. Além disso, mostra as várias configurações de motor suspensões, além de poder ser espelhado ao celular e seus aplicativos.
As rodas são forjadas em alumínio Marchesini, com aros de 17 polegadas, calçadas com pneus esportivos Diablo Rosso Corsa II, que possibilitam um comportamento mais arisco nas curvas. Por outro lado, os freios garantem a vontade de acelerar. Na dianteira há dois discos de 330 mm de diâmetro, com pinça Brembo Stylema monobloco de fixação radial e quatro pistões. Na traseira, disco de 245 mm com pinça Brembo de dois pistões. Ambos têm ABS cornering e são capazes de brecar uma locomotiva.
Assista ao vídeo da Ducati V4 S Streetfighter em ação!
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