Kawasaki Z900 RS Cafe: vovozinha apenas no estilo

Kawasaki Z900 RS Café é inspirada em modelos do passado, porém utiliza tecnologia e componentes atuais de alta performance

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Modelo já está à venda, com preço sugerido de R$ 52.990 (foto: Mário Villaescusa/Kawasaki/Divulgação)
Por Teo Mascarenhas
Publicado em 23/02/2021 às 09h30

O modelo Kawasaki Z900 RS Cafe é uma recriação da badalada Z1 900, de 1972, porém, equipada com a roupagem estilo Café Racer. A mecânica também é atual, herdada da “descendente” naked Z900, com motor de quatro cilindros em linha, muita eletrônica e componentes de maior performance. Ambas são comercializadas no Brasil.

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Curiosamente, entretanto, a história do lançamento da primeira Z1 900 pode ser delegada a um modelo de outra marca. Nos anos 1960, a japonesa Kawasaki estava desenvolvendo, em segredo, um grande modelo para a época, equipado com motor de quatro cilindros em linha e 750 cm3.

Porém, a Honda foi mais rápida e assombrou o mundo ao apresentar, no Salão de Tóquio de 1968, a revolucionária CB 750, exatamente com motor de quatro cilindros em linha, posteriormente eleita a moto do século.

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Kawazaki Z1 900 de 1972

A engenharia da Kawasaki, então, aumentou a aposta e refez o projeto, elevando o motor para 900 cm3, equipando-o, pela primeira vez, com duplo comando de válvulas. Imediatamente, a moto entrou para a lista das mais cobiçadas do mundo: virou objeto de desejo também no Brasil, onde desfilou nos anos de 1970.

Nova Kawasaki Z900 RS Cafe

A nova Z900 RS, releitura do modelo Z1 pioneiro, também foi apresentada justamente no Salão de Tóquio de 2017, quase meio século depois da CB 750, com visual surpreendentemente fiel. No Brasil, a Z900 RS desembarcou em 2018: logo depois, chegou a versão Café Racer, Z 900 RS Cafe, equipada com o mesmo pacote técnico, mas com carenagem de farol, rabeta e decoração de competição.

O estilo Café Racer nasceu na Inglaterra, quando o ponto de encontro eram os cafés de Londres, nos anos 1950 e 1960. A partir dali, os pilotos aceleravam as motos em “racer” em disputas. Para melhorar o desempenho, as motocicletas originais eram aliviadas no peso com a retirada de itens considerados supérfluos; outros eram incluídos, a decoração era alterada e o motor, preparado, normalmente em oficinas caseiras.

A Kawasaki Z900 RS Cafe, com preço sugerido de R$ 52.990, assume o estilo retrô mais esportivo, porém, com tecnologia atual. O motor de quatro cilindros em linha e 943 cm3 tem arrefecimento a líquido, acoplado a um câmbio de seis marchas com embreagem deslizante.

A potência atinge 109 cv a 8.500 rpm, e o torque tem pico de 9,7 kgfm a 6.500. A comparação é injusta, especialmente quase 50 anos depois, mas o modelo Z1 900 de 1972, entregava 82 cv. Porém, na hora de acelerar, a Z900 RS Cafe tem comportamento bem previsível.

O motor gira muito redondo e, nas retomadas, o bom torque está sempre alerta. A mágica é que, em relação à naked Z900 atual, que lhe empresta o motor, foram alterados o cabeçote e outros componentes, para entregar mais torque em baixas rotações, sacrificando uma parcela da potência.

Mais esportiva

Com características mais esportivas, o guidão mais baixo e estreito deixa o corpo levemente mais inclinado, em posição de ataque. E é nas curvas que a diversão aumenta: nessas situações, também há um maior trabalho no câmbio.

O quadro em tubos de aço abriga uma suspensão dianteira invertida com 120 mm de curso, com 10 ajustes de compressão e12 de retorno. A suspensão traseira, do tipo mono, fica quase na horizontal, com 140 mm de curso, com ajustes na pré-carga.

O conjunto, somado às rodas em liga leve com aros de 17 polegadas, calçadas com pneu 120/70 na dianteira e 180/55 na traseira, é compatível com uma tocada forte, sem os exageros de uma esportiva pura, preservando também o “conforto” nas cidades. Contudo, a eletrônica faz diferença. O controle de tração, com diferentes níveis de atuação, permite uma pilotagem com mais adrenalina.

O visual retrô moderno não impediu que os freios sejam do “futuro”. Além do ABS, o sistema está equipado, na dianteira, com dois discos de 300 mm de diâmetro, com pinças monobloco radiais de quatro pistões. Na traseira, há um discão de 250 mm de diâmetro, com pinça de dois pistões. As medidas são as mesmas da Z900 e transmitem potência precisão.

O painel acompanha o jeitão vintage. Os mostradores são dois relógios redondos, velocímetro e conta-giros, com ponteiros analógicos. Porém, no centro, entre os dois, há a modernidade de uma tela digital, com as necessárias informações do computador de bordo, marcha engatada, nível do tanque de combustível (17 litros) e temperatura do líquido de arrefecimento.

Barato da Kawasaki Z900 RS Cafe é o visual

Porém, o “barato” da Kawasaki Z900 RS Cafe é mesmo o visual. Os importantes detalhes técnicos viram coadjuvantes.

A moto mistura o passado, com a bolha do farol redondo, com a modernidade, na iluminação em LED, nos canecões do painel, no tanque vintage (teardrop) junto com a rabeta, na suspensão traseira do tipo mono (quando, na época, eram dois amortecedores), na suspensão dianteira invertida e nos freios a disco superdimensionados em rodas de liga leve e pneus radiais.

Isso, sem falar do motor equipado com eletrônica e arrefecimento líquido, que manteve as aletas de dissipação de calor, como nos modelos pioneiros.

Fotos: Mário Villaescusa/Kawasaki/Divulgação

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9 Comentários
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Jo 16 de março de 2023

Gosto mais da preta. Para meu gosto, acho bonita e interessante.Quem sabe 2024? É guardar 70 mil e ser feliz kkkkk

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Luciano 19 de maio de 2021

Boa noite.
Tenho 1,86 de altura.
Será que eu fico com postura boa na moto?
E as costas doem , por causa do guidão baixo.
Se alguém quiser me responder, agradeço.
Obrigado

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MOISES DE PAIVA 14 de março de 2021

Tenho uma Z 900 RS Caferacer. Cinza. É uma delícia de moto. Ando com ela diariamente. Muito ágil. E nas estradas sinuosas é aonde demonstra todo seu potencial.

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Leonel 26 de fevereiro de 2021

Lembro desses modelos no filme mas max

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Dorival 24 de fevereiro de 2021

A Kawasaki deveria lançar uma 400cc, nesse mesmo estilo

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anônimo 24 de fevereiro de 2021

Motos caras são muito visadas por ladrões. Melhor ter uma moto mais básica. Só Lembrando que pra quem anda de moto, num acidente o parachoque é o próprio peito do piloto .kkk

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Zeferino Cavalcante de Melo Neto Cavalcante 26 de fevereiro de 2021

Vc tem que ser anônimo mesmo,vc com certeza não é um motociclista.

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ALEXANDRE 23 de fevereiro de 2021

A Z900RS é linda! Está na disputa com a inglesa Bonneville T120, que tem menos potência porém tem mais torque em baixas rotações, sendo mais ágil no trânsito urbano. Adoro o visual!

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Cesar R Moreira 24 de fevereiro de 2021

Diria que a competição está mais com a Triumph Speed Twin 1200CC com 97 cavalos menos equipada que a Truxton 1200CC.

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