Mercado de motos: 2024 é o ano do setor das duas rodas
O mercado de motos anuncia crescimento de produção e nas vendas a índices que não se viam há mais de uma década
O mercado de motos anuncia crescimento de produção e nas vendas a índices que não se viam há mais de uma década
Como já afirmamos aqui no AutoPapo, o ano de 2024 promete ser grande para o mercado de motos. Além do pronunciamento da Abraciclo – associação dos fabricantes de motos no Brasil – que prevê aumento no volume de produção, a Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores – também estima aumento no número de emplacamentos.
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A Fenabrave projeta a comercialização de 1,83 milhão de motos zero-quilômetro até dezembro, um acréscimo de 16% na comparação com o ano anterior.
A Abraciclo já havia estimado que a produção no mercado de motos chegará próxima a 1,7 milhão de unidades, um aumento de 7,4% em relação a 2023.
Esses números mostram um desempenho semelhante ao de 2012, antes da crise que derrubou as vendas.
Nossa meta é seguir crescendo de forma sustentável e retornar ao patamar de produção de dois milhões de unidades nos próximos anos”, observa Marcos Bento, presidente da Abraciclo.
O segmento do mercado de motos já havia experimentado um crescimento significativo no número de emplacamentos em 2023, o que fez dele o de maior relevância em vendas do setor automotivo brasileiro no período. O incremento atingiu 16,1% em comparação com 2022, conforme dados da Fenabrave.
A motocicleta continua sendo um meio de transporte ágil, flexível e, sobretudo, com baixa ocupação de espaço viário, facilitando o estacionamento e a locomoção”, diz Bento, como justificativa à retomada do modal como um dos meios de transporte preferidos da população.
De acordo com o diretor de Operações da concessionária Honda Blokton, Rudney Doscher, as previsões de aumento nas vendas de motos também encontram respaldo nos cenários macroeconômicos do Brasil, considerando fatores como as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), redução no índice da inflação, queda gradual na inadimplência e confiança do consumidor.
A diminuição gradual da inadimplência deve reduzir a insegurança dos bancos na oferta de crédito. Isso dá condições para o consumidor ter mais alternativas para adquirir o seu bem de consumo”, ressalta.
Outro componente desta equação a respeito do mercado de motos é a diminuição no nível de desemprego no país, que fechou na casa dos 7% em 2023. Doscher explica que esse panorama resulta no aumento da renda do brasileiro e, consequentemente, do número de clientes com capacidade para adquirir motocicletas por meio de financiamento ou de cotas de consórcio.
Um condicionante que vinha afetando as vendas nos últimos meses e que caminha para a normalização é a produção nas fábricas de motos em Manaus (AM). No fim do ano passado, houve dificuldades no recebimento de peças e escoamento da produção devido à forte seca, o que prejudicou a navegação de navios cargueiros pelo rio Amazonas e afluentes.
A Honda já informou sobre um aumento na produção. A Blokton, por consequência, teve também um crescimento nas vendas de títulos de consórcio em 2023. E, quando você tem um aproveitamento melhor na contemplação e disponibilidade de produtos, automaticamente aumenta o número de vendas”, afirma o diretor.
Além de todos os aspectos reforçarem o otimismo do setor de duas rodas, alguns lançamentos importantes no mercado devem aquecer a demanda pelo consumidor. Diversas marcas planejam atualizar seus portfólios para atender às novas regulamentações sobre emissões de gases poluentes, que entrarão em vigor em 2025.
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