Fazer 150: Por que a ‘Titan da Yamaha’ não consegue superar a Honda?

As duas japonesas ‘se enfrentam’ diretamente nas ruas brasileiras, mas esse páreo tem uma campeã consecutiva há muitos anos

Honda CG 160 Titan X Yamaha Fazer 150
Cada modelo tem suas vantagens, mas um se sobressai (Arte: Lucas Silvério | AutoPapo)
Por Lucas Silvério
Publicado em 26/12/2023 às 17h02

O mercado de motocicletas tem crescido nos últimos anos, no Brasil. Entretanto, o aumento nas vendas não modificou o cenário nacional que tem a Honda como marca mais vendida por aqui há muitos anos.

Tendo números avassaladores, a Honda CG se mantém no mercado desde 1976 e já viu nascer e morrer vários modelos de várias marcas que tentaram emplacar no Brasil, mas sem convencer os fiéis consumidores da japonesa. Em meio a essas concorrentes, uma que se mantém viva há 10 anos é a Yamaha Fazer 150, também japonesa, ela é a principal concorrente da mais vendida do Brasil, mas também está muito atrás nas vendas, se comparada.

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Em números concretos, em 2022 a Honda CG 160 emplacou 383.016 unidades enquanto a Yamaha Fazer 150, 21.897 motos. Há quem diga que estes números não são justos, pois na soma da Honda estão quatro diferentes versões da CG dentre os números – Start, Cargo, Fan e Titan, mas mesmo se forem somadas todas 150 da Yamaha estes valores não se equiparam e totalizam 67.033 unidades.

Em 2023, os números seguem pelo mesmo caminho, onde a Honda tem, até novembro, 382.070 emplacamentos, e a Yamaha 30.649.

  • Mas por que essa disparidade tão grande entre Honda e Yamaha?

Antes de analisar cada um dos modelos é importante entender que, como já dito, a Honda tem seu lugar no coração dos clientes da marca que confiam em seus modelos. A CG está no mercado desde 1976, já a Fazer 150 chegou em 2013. Os clientes das terras tupiniquins têm essa fascinação pela mais antiga.

  • Porém, isso não é apenas por motivos de conservadorismo. A Honda CG 160 leva vantagem se comparada a Yamaha 150.
1976 cg125
A primeira Honda CG foi lançada em 1976, na versão 125 (Foto: Honda | Divulgação)

. Fazer Titan
Preço 16.690 16.760
Motor 149 cm³ 162,7 cm³
Potência gasolina 12,2 cv (7.500 rpm) 14,9 cv a 8.000 rpm
Potência etanol 12,4 cv (7.500 rpm) 15,1 cv a 8.000 rpm
Torque gasolina 1,3 kgfm (5.500 rpm) 1,40 kgfm a 7.000 rpm
Torque etanol 1,3 kgfm (5.500 rpm) 1,54 kgfm a 7.000 rpm
Transmissão 5 velocidades 5 velocidades
Curso da suspensão dianteira 120 mm 135 mm
Curso da suspensão traseira 92 mm 106 mm
Pneu Dianteiro 80/100-18 80/100 -18
Pneu Traseiro 100/80-18 100/80 -18
Freio Dianteiro/Diâmetro Disco / 245 mm Disco / 240 mm
Freio Traseiro/Diâmetro Tambor / 130 mm Tambor / 130 mm
Tipo de freio UBS CBS
Chassis Diamante Diamante
Tanque 15,2 l 16,1 l
Peso 130 kg (com gasolina e óleos) 117 kg (seca) / 130 kg (com gasolina e óleos)
Comprimento x Largura x Altura 2015 mm X 735 mm X 1055 mm 2032 x 745 x 1087 mm
Altura mínima do solo 160 mm 170 mm
Distância entre eixos 1330 mm 1315 mm
Altura do assento 785 mm 790 mm
Painel Analógico / digital  Digital (sem indicador de marchas)
Luzes Analógicas  Analógicas (sem lampejador)
Descansos Lateral e central Lateral

Honda CG 160 Titan X Yamaha Fazer 150

Comparamos os dois modelos top de linha das categorias para saber qual realmente tem as melhores especificações técnicas e também melhores benefícios.

Começando pelo topo da tabela, a Yamaha ganha no preço. Pelo que é sugerido pelas montadoras, a Fazer é R$ 70 reais mais em conta que a Titan, mas este preço é bem relativo e na prática não significa muito se pensarmos em quanto elas variam de concessionária para concessionária.

Já na motorização, a Honda tem um propulsor maior, que somado a suas demais especificações também resulta em mais torque e potência. Mesmo sendo duas pequenas, essa diferença nestes números garante melhor retomada e também melhor aceleração, o que pode fazer diferença na agilidade do condutor nas ruas.

A transmissão de ambas podem ser parabenizadas, pois portam cinco velocidades e se tornam eficientes para estes modelos de baixa capacidade.

Os pneus da Yamaha Fazer 150 e da Honda CG 160 Titan também têm as mesmas condições médicas e calçam rodas de 18 polegadas. Mas é na suspensão que dá pra ver a superioridade na hora de pilotar a Titan. A Honda tem ambas as suspensões com cursos bem maiores, o que torna a condução mais agradável e resistente a irregularidades da pista.

Nos freios quem ganha é a Fazer. Embora sejam praticamente iguais, a Yamaha conta com 0,05 mm a mais no disco dianteiro da sua roda.

Indo para as partes de dimensões e capacidades, quem volta a liderar é a Honda CG 160 Titan. Embora a Yamaha Fazer 150 seja mais curta e estreita, a distância entre eixos da Titan é menor, o que proporciona maior agilidade em meio a obstáculos, quando é necessário virar a moto em espaços muito curtos. A altura entre o solo e a moto também é maior e o tanque comporta quase 1 litro a mais de combustível. Falando em combustível, o consumo vai depender de cada condutor, mas as duas passam facilmente dos 40 km/l.

A Yamaha parece até tentar se equiparar ao modelo que é mais ágil e em melhor desempenho nas pistas, oferecendo alguns detalhes a mais em comparação a sua rival como o cavalete central e o painel com indicador de marchas, mas ao mesmo tempo se faz um pouco ultrapassada e mantém um painel misto com indicador de velocidade no ponteiro.

No quesito Valor de revisão a Yamaha segue da mesma forma. Seus planos tem preço fixo e são mais em conta do que a Honda, porém tem de ser feitos em períodos mais curtos.

Enquanto a Honda CG 160 Titan tem sua primeira revisão com 1.000 km e as demais a cada 6.000, a Yamaha Fazer 150 tem a primeira também com 1.000 e as demais a cada 5.000. Isso resulta em, por exemplo, uma revisão a mais da Fazer quando as duas estiverem com os mesmos 20.000 km.

Qual a melhor?

A Yamaha se comporta melhor em alguns detalhes pensados para o consumidor, como o painel completo, descanso lateral e também o preço. Entretanto pensando em um geral a Honda se sobressai.

A Titan, quando comparada a Fazer 150 tem uma motorização claramente superior. Suas dimensões a fazem ter um comportamento melhor nas pistas e seguram melhor os impactos das estradas, além de passar melhor por obstáculos altos. O piloto que for passar mais tempo nas ruas e necessitar de maior agilidade, desempenho e até ir com menos frequência às revisões e nos postos, pode apostar na mais antiga do mercado.

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4 Comentários
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Joedson 30 de dezembro de 2023

Eu tenho uma fazer 250 ….
Não troca pôr nem uma da Honda… Moto dura
Os motor bate logo com 70 mil Km…??

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WELISLEI 29 de dezembro de 2023

O negócio é que todo buraco de tatu tem uma revenda Honda e Yamaha não faz questão de fazer parceria

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Paulo Cesar Maciel 28 de dezembro de 2023

Porque Honda é Honda simplesmente isso.

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Luiz Marcos scappa 28 de dezembro de 2023

Esqueceu de falar que a Yamaha é muito mais confiável principalmente o motor

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