Transmissão por eixo cardã: bom apenas longe da oficina!

O eixo cardã é uma das mais incomuns transmissões a serem encontradas numa motocicleta, mas ainda sim aparece em motos de maior robustez

Transmissão por eixo cardã BMW R 1250 GS
Diferente da corrente, o cardã quase dispensa manutenção (Foto: Shutterstock)
Por Lucas Silvério
Publicado em 13/03/2023 às 08h02
Atualizado em 26/03/2023 às 08h38

Recentemente o AutoPapo fez uma matéria sobre dois tipos de transmissões que costumam interessar motociclistas que estão escolhendo uma moto e avaliando modificações úteis para nela colocar. Essas foram a correia dentada e a corrente. Mas e a transmissão por cardã? Esse terceiro tipo, menos convencional, será desmembrado aqui.

Antes de tudo, é importante dizer que a transmissão por eixo cardã não é encontrada em muitos modelos. Ela está presente em motos grandes e robustas, aquelas boas para pegar a estrada e viajar.

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O que é e do que é feita a transmissão por eixo cardã?

Assim como a transmissão por corrente, ou por correia, o eixo cardã é responsável por transmitir o movimento do giro do motor para a roda traseira da motocicleta. Um processo semelhante ao de um automóvel com tração no eixo traseiro, como o Chevrolet Opala.

Formada por várias partes móveis, a peça é um composto de aço que se conecta, por meio de duas engrenagens, à parte interna do câmbio, em uma das extremidades, e ao cubo da moto, na outra ponta.

Durabilidade

Este é um ponto positivo para o proprietário de uma moto com cardã. O eixo é extremamente durável. Para os motociclistas que tomam devidos cuidados, basta seguir a tabela de manutenção da fabricante e rodar sem se preocupar.

Manutenção do cardã

Como dito, o condutor que seguir o manual do proprietário provavelmente não terá problemas com manutenções não programadas.

O eixo cardã exige apenas a troca de óleo, além da verificação para atestar se está tudo bem com o item. Fora ser apenas esse tipo de troca, elas não costumam ser frequentes e podem levar até anos entre seus intervalos.

O caso da Honda Gold Wing é um exemplo. A Super Touring japonesa exige uma troca de óleo do cardã a cada 3 anos. Não é especificado a quilometragem.

Outro ponto é que, diferentemente das transmissão por corrente, o cardã não necessita de limpeza em suas partes rolantes. Ou seja, o piloto não precisa se preocupar com isso, pois a peça é vedada e não acumula sujeiras.

Um contraponto da manutenção, causado pela complexidade do equipamento, é a falta de mão de obra especializada. Não é toda oficina que vai conseguir mexer nessa peça e quem se arriscar pode ter uma grande dor de cabeça.

Transmissão por eixo cardã
Exemplo de transmissão por eixo cardã dividida em partes (Foto: Shutterstock)

Eficiência

Nesse quesito o eixo cardã deixa a desejar. Entre os tipos de transmissão ele é o que mais gera perda de potência em relação ao que sai do motor. A redução de força está entre 15% e 20%, sendo bem maior do que os outros tipos de transmissão que ficam entre 10% (correia) e 5% (corrente).

Preço do eixo cardã

É aqui que o motociclista decide qual moto  e que tipo de transmissão escolher. Apesar de ser uma peça que quase não quebra e dispensa manutenção periódica, um kit cardã pode facilmente ultrapassar R$ 2.000, muito acima de uma transmissão por corrente que fica numa faixa de R$ 150 para vários modelos.

Vantagens do cadã

  • Manutenção com largo intervalo de tempo;
  • Dispensa troca de componentes;
  • Não requer limpeza.

Desvantagens do cadã

  • Falta de mão de obra especializada;
  • Alta perda de potência;
  • Custo alto.

Vale a pena uma moto com eixo cardã?

Escolher entre uma moto com transmissão por eixo cardã, assim como as outras transmissões, depende do bolso do motociclista e do tipo de uso da moto. Vale lembrar que esse tipo de transmissão equipa motos caras. Quem estiver procurando um modelo que não tenha que se preocupar em realizar manutenção, trocas e não ande em terrenos que tenham pedras e fragmentos que comprometam o item, pois o custo das peças e manutenção é alto, pode investir em um cardã.

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3 Comentários
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Luiz Carlos 17 de março de 2023

Minha memória pode estar me enganando, mas as Lambretas do meu tempo de criança usavam esse tipo de transmissão. Meu tio era mecânico de Vespas e Lambretas e eu via ele desmontar transmissões. Lembro de uma moto de média potência que também não possuía corrente, a Jawa.

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Leonardo 14 de março de 2023

Durabilidade? Fala isso para os donos da GS 1200 da vida???. Novamente eu falo, se fosse boa as Superbikes usariam. Transmissão de moto é corrente, coroa e pinhão, qualquer invenção fora disso não vale a pena. Aí, mas tem de fazer uma limpeza, paga mão de ser vadio e cuide de sua moto

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Alezandre Ramos 13 de março de 2023

Boa materia, tecnicamente bem elaborada e dentro da realidade. Pré quando chega no quesito custo esta muito fora da realidade, pois comparoi o valor e um cardã com a relacão corrente coroa e pinhao de uma moto de baixa cilindrada. Normalmente o carda e utilizado em motococletas de media para alta cilindrada, entao na materia seria interessante colocar o valor das peças de motociletas da mesma categoria e preços de conjuntos originais, por exemplo nao existe conjunto de relaçao original por 150 reais.

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