A caminho da ‘falência’, Voltz não se pronuncia e continua ludibriando consumidor
A marca que se ergueu rapidamente no mercado de duas rodas não esclarece a situação de cada consumidor lesado pela falta de suas motos
A marca que se ergueu rapidamente no mercado de duas rodas não esclarece a situação de cada consumidor lesado pela falta de suas motos
Em 2017 uma promessa para a mobilidade surgiu no mercado de duas rodas, a brasileira Voltz Motors. Essa startup focada na mobilidade elétrica e no comércio de motos a bateria começou a negociar seus produtos em 2019, ano em que vendeu 1.600 unidades. Após isso, a marca continuou ganhando força, mas em meados de 2022 as coisas começaram a desandar de tal forma que a empresa deixou de entregar os pedidos aos clientes e se encontra em processo de recuperação judicial. Ou seja, no caminho para falência. Entretanto, a fabricante continua sem se pronunciar com transparência a seus clientes e ainda aceita pedidos e pagamentos em seu site.
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Fundada em 2017, a produção teve início em 2019. A marca começou a fazer sucesso pouco antes da pandemia do covid-19 e conseguiu emplacar muitas vendas no período. Ela se consagrou como a maior comerciante de motos elétricas do Brasil, recebendo até um aporte de R$ 100 milhões. Este dinheiro seria direcionado para a instalação de sua fábrica de Manaus, assim como na ampliação do número de lojas e criação de uma rede de recarga de baterias.
Após o estouro de vendas surgiu uma onda oposta, com reclamações dos clientes que não estavam recebendo suas elétricas.
Em consulta ao site de defesa do consumidor, Reclame Aqui, a Voltz tem nota de 2,4 em uma escala que vai até 10. Centenas de questionamentos sobre a marca podem ser observados, em sua maioria protestando pelo atraso das entregas ainda não recebidas. Descaso com os pedidos de reembolso e total falta de comunicação também são reclamações recorrentes.
Quando analisadas as respostas dos últimos meses, uma mensagem padrão é enviada a todos os clientes como forma de explicação.
Prezado, (nome do cliente). Esperamos que este comunicado o encontre bem!
Gostaríamos de expressar nossas sinceras desculpas pela falha em comunicá-lo anteriormente sobre a situação do seu pedido. Reconhecemos que nossa falta de comunicação pode ter causado inconvenientes e frustrações.
Entendemos a importância em mantê-lo informado em todos os momentos, e lamentamos não ter cumprido com essa expectativa desta vez. Este incidente serviu de aprendizado para nós, e estamos trabalhando para melhorar nossos processos de comunicação interna e evitar que situações como essa voltem a ocorrer no futuro.
A Voltz Motors encontra-se atualmente em processo de recuperação judicial. Esta decisão foi tomada após uma análise cuidadosa da situação financeira da empresa, visando a reestruturação e preservação de suas atividades.
Estamos enfrentando atrasos significativos no atendimento com nosso time de assistência técnica, e, infelizmente, não podemos fornecer um prazo exato para o retorno neste momento. Nossa equipe está trabalhando arduamente para resolver as demandas existentes, mas a alta demanda e circunstâncias imprevistas estão impactando nossos prazos habituais.
Entendemos que essa situação pode causar preocupações, mas queremos assegurar que estamos trabalhando diligentemente para resolver os desafios enfrentados por nós. Estamos comprometidos em manter a transparência ao longo desse processo e forneceremos atualizações assim que houver desenvolvimentos significativos.
Neste momento, estamos realizando algumas melhorias no nosso canal de atendimento, visando proporcionar um serviço ainda mais eficiente e personalizado. Durante esse período, nosso canal de atendimento está temporariamente indisponível. No entanto, assim que concluirmos as melhorias planejadas, você será prontamente notificado sobre a retomada dos nossos serviços.
Atenciosamente,
Relationship Voltz Motors
A gente muda. O mundo muda.
A insatisfação dos clientes da marca de motos elétricas ainda não termina com a falta de modelos, entregas e restituição dos valores de entrada, mas também na falta de oficinas autorizadas e mão de obra especializada para a manutenção das que já rodam pelo Brasil.
Ainda com relatos que podem ser encontrados no site Reclame Aqui, um consumidor que se identifica como Gabriel, afirma que recorreu à fabricante por um problema mecânico em sua moto elétrica Voltz e recebeu apenas a resposta padrão que a marca passou a adotar.
Entendo a situação da empresa, mas como fica a situação do cliente com a moto na garantia e sem amparo?
A minha voltz recentemente apresentou o mesmo defeito que a impossibilitou de funcionar da primeira vez, e como dito na reclamação anterior foi feito um paliativo mas o mesmo paliativo agora apresentou pane e a moto se encontra parada, sendo assim gostaria da atenção de vocês e se possível me direcionar para alguma autorizada de salvador “qualquer uma” que trabalhe com motos elétricas para resolver esse incoveniente e eu poder voltar a trabalhar.
Com a crise na marca de motos elétricas, várias concessionárias Voltz fecharam pelo Brasil e as que restaram são lojas pertencentes à fabricante. Dessa forma, várias regiões do Brasil perderam seus pontos de apoio.
O cliente Gabriel, que procura uma loja em Salvador (BA), por exemplo, terá que se deslocar até Feira de Santana ou Santo Antônio de Jesus para conseguir atendimento em uma autorizada da marca, já que as lojas de Salvador e de Lauro Freitas fecharam. A mais próxima, em Santo Antônio de Jesus, fica a 110 km da capital.
Ou seja, provavelmente ele terá que guinchar sua moto, já que há o risco de a carga da bateria não ser suficiente para chegar até o destino, já que alguns modelos não chegam a 100 km com uma única carga. Modelos Voltz com duas baterias têm alcance máximo de 180 km. Ou seja, daria para Gabriel chegar, se seu modelo tivesse o pack mais robusto, mas não conseguiria voltar para casa.
Em busca de mais esclarecimentos, verificamos a situação da fabricante de motos por meio de seu site e a surpresa – ou nem tanto – é que a Voltz Motors segue em pleno funcionamento e aceitando todo tipo de pedido.
Seguimos as orientações da marca, no caminho para comprar uma moto elétrica, e o pedido foi registrado normalmente. Nenhum alerta considerável aparece durante todo o processo e o cliente acredita que logo receberá seu veículo – o que de senso comum para qualquer cidadão.
Porém, apenas quem efetuar algum pagamento tem algum prazo de entrega estipulado pela fabricante – o que claramente não é cumprido. Ou seja, o consumidor literalmente paga para ver.
Para se resguardar, a Voltz deixa claro em seus termos de compra, que:
Você se declara ciente e de acordo de que em decorrência dos trâmites de produção, fabricação, faturamento e entrega, poderão ocorrer imprevistos e consequentes atrasos, fazendo com que eventualmente ocorra a alteração na data prevista para entrega do pedido. Caso isso ocorra, nós entraremos em contato para compartilhar todas as informações necessárias.”, declara na cláusula 3.6 do contrato.
Quem também saiu insatisfeito em comercializações com a Voltz foi o iFood, que em 2022 anunciou uma parceria que beneficiaria entregadores na compra de uma moto elétrica com um valor especial de desconto de mais de 50%. Entretanto o acordo que já não esta mais de pé se rompeu pela falta de compromisso da empresa. Vários modelos foram entregues, mas a Voltz também entrou em débito com os trabalhadores da plataforma de entrega de refeição.
Por meio da parceria com a Voltz, cerca de 200 motos elétricas foram entregues aos profissionais de delivery parceiros do iFood e estão hoje nas ruas. A parceria foi descontinuada, pois a Voltz descumpriu prazos previstos e indicadores de qualidade que eram pré-requisitos do iFood para a colaboração entre as empresas.
O iFood tem dado todo o suporte necessário aos entregadores que compraram as motos elétricas, disponibilizando um canal de atendimento individualizado para atender cada caso.
Atualmente, a empresa dá continuidade ao seu projeto de expansão da frota elétrica, atuando em parceria com a Vammo, Riba e Origem, e já conta com mais de 800 motos dessa modalidade rodando em São Paulo e Brasília, contabilizando para a meta de eletrificar 50% da sua operação até 2025.”, afirmou o iFood em resposta ao AutoPapo.
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O capital social dela é todo chinês, com sócios chineses e espanhóis, além de peças chinesas. Daqui nessa moto é só a fábrica mesmo
O brasileiro que reside no exterior Flávio Sillva conhecido por Sillva Caipira fez um oferta de compra para voltz onde vai ficar responsável por todas as dividas,Sillva caipira ficou bilionário com bitcoin
Só para avisar para quem não sabe.. Quem é sócio majoritário da Voltz é a Creditas, aquela empresa de crédito de um espanhol…
É uma marca chinesa, não tem nada de brasileira
Pesquise e vai entender que a Creditas é sócia majoritária da Voltz. Abraços
Infelizmente fui enganado, fiquei sem moto e dinheiro. Entrei na justiça, mais como nossa justiça é lenta. Só Deus sabe se vou receber algo de volta.
O mesmo futuro terá a BYD. Aguardem…
A diferença é que a BYD é uma marca gigante, com capital chinês e não uma startup brasileira de fundo de quintal. Além disso, montando fabrica no Brasil. Antes que me taxe como fã boy ou algo do tipo, não sou entusiasta de veículos elétricos e apenas estou abrindo seus olhos para o cenário completo.
a Voltz também é de capital chinês, e tinha fábrica aqui e faliu
Igualzinho quem acreditou na DAFRA
Galera a Voltz ainda esta entregando as motos, mas existe um prazo, atualmente pelo que sei é de 2 a 3 anos infelizmente, recebi a minha depois de 1 ano e um amigo depois de 2 anos…calma que eles vão entregar..
qual a data de recebimento da sua moto? a minha comprei faz mais de 1 ano e nao recebi
Comprei uma moto volta EV1 e não recebi a moto ? e nem me reembolsaram …
Sou do Rio de janeiro, e as duas lojas que tinha aqui no Estado, fecharam e não sei onde recorrer pelos meus direitos !!!
Estou na mesma situação que a sua, e o que tenho pra lhe dizer é correr atrás dos seus direitos na justiça!
Foi o que fiz, entrei em contato com uma advogada e ela me orientou a acionar o juizado de pequenas causas da minha cidade.
Eu fui roubado pela Voltz. Sou mais um de muitos brasileiros roubados.
Embolsaram 100 milhões aí depois e só decreta falência isso e brasil
Voltz não passa de uma estelionátaria. Pagamento integral da EVS desde março 2023 e nada de entrega nem dinheiro de volta.
Isso é porque as peças vinha da China para o Brasil com a taxas das importados a mais de 130% ficou inviável para a voltz
Comprei uma Voltz EVS. Nunca recebi a moto, nem o reembolso. Entrei na justiça, mas quando estava perto do fim da ação, a mesma foi suspensa por causa da recuperação judicial. É difícil ser consumidor aqui no Brasil. Muitos direitos que não valem nada diante de empresas espertalhonas e perversas.
Nítido que a tal da recuperação judicial foi “contratada” pela Voltz para não falir e estender o prazo legal de pagamento de processos aos clientes que tem direito a indenização e reembolso de valores.
Gostaria que a reportagem ouvisse os órgãos de defesa do consumidor
Mais uma marca Ching Ling que, como tantas outras que já vieram, prometeram mundos e fundos, não cumpriram e deixaram os proprietários abandonados.
Motos e Carros sem nenhuma assistência, com clientes abandonados e enganados.
Fora isso, agora há uma publicação no LinkedIn de ex-colaboradores de uma dessas marcas que, inclusive no Brasil, ignoram as leis trabalhistas utilizando de mão-de-obra escrava…
Se eu já não.era favorável a esses carros e motos elétricos descartáveis , imagine agora!
Mas neste caso a empresa não é Ching Ling, é brasileira mesmo. Os empregos gerados são aqui, e em Manaus mais especificamente.
por isso deu errado, é brasileira, terra da lei de Gerson.
O capital social dela é chinês e espanhol, além das peças virem todas da China. Então é ching ling sim, a única coisa daqui é a fábrica e os trabalhadores
A fábrica foi inaugurada em Maio de 2022 com 80% dela finalizada! Nesse mesmo mês, todos os funcionários da fábrica em Manaus, ficaram em casa por falta de material! Retornaram, e produziram no máximo 2000 mil motos! Em janeiro de 2023 o grupo Creditas não fez a segunda rodada de investimento, e com isso a Voltz desandou! A fábrica não opera desde fevereiro de 2023! Além disso vários processos trabalhistas a Voltz está sofrendo!