20 anos do Logan: o popular romeno que deu certo no Brasil

Desenvolvido pela Dacia para ser o carro de 5 mil euros, o Logan vingou e está em sua terceira geração lá na Europa

renault logan 2007 vinho frente parado
Visual simples e minimalista marcou a primeira geração do Logan (Foto: Renault | Divulgação)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 11/06/2024 às 09h03

Outro dia, um funcionário do setor de manutenção de uma de uma concessionária (de uma marca apócrifa) disse a seguinte frase: “O carro vende bem se tiver preço, nem precisa ser bonito ou recheado”, enquanto assoprava o copinho de café. Se ele tivesse dito isso há 20 anos, certamente estaria se referindo ao Dacia Logan, que por aqui conhecemos como Renault Logan.

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O Logan foi desenvolvido pela marca romena do Grupo Renault. Era um carro pensado para o mercado do leste europeu, com economia mais frágil que os demais países banhados pelo Atlântico e Mediterrâneo.

A premissa da Dacia era construir um carro barato e inquebrável. Seu preço tinha sido fixado em 5 mil euros. Algo em torno de R$ 18 mil, naquela época.

Para ser barato, o Logan abriu mão de todo e qualquer refinamento. Era um carro com linhas retilíneas e estamparia simples. Nada de recortes sofisticados que demandariam que a chapa passasse por incontáveis prensas.

renault logan automatico 2012 prata em movimento
Reestilização chegou no Brasil por volta de 2010 (Foto: Renault | Divulgação)

Os faróis eram de parábola simples (mais baratos), para-choque e grade eram integrados em uma mesma peça plástica. Por dentro, a simplicidade também imperava. Os retrovisores externos não tinham nem mesmo ajuste interno manual. O ajuste era com o dedão empurrando os espelhos.

Os comandos dos vidros foram posicionados no painel (como era no Gol G3) para economizar fiação passando pelas portas. Cada centavo economizado contava.

dacia logan interior 2005
Conteúdos escassos e acabamento simples imperavam na primeira safra do Logan, para conquistar o consumidor pelo preço (Foto: Dacia | Divulgação)

Sob o capô, o Logan teve vários motores, partindo de uma unidade 1.2 de 75 cv, assim como um bloco 1.4 (também com 75 cv) e um “vigoroso” 1.6 de 85 cv. As entregas de torque variam de 11 a 13 kgfm de torque. Quem quisesse mais força teria que apostar em um motor 1.5 turbodiesel.

Ao final das contas, o Logan chegou ao mercado partindo de 5.900 euros. Um valor um pouco mais caro que a meta inicial. Mesmo assim era um carro barato e acessível na região.

Logan no Brasil

O resultado foi além do esperado e o Grupo Renault expandiu a produção para vários mercados. Além da Roménia, o Logan foi montado na Rússia, Marrocos, Colômbia, Irã, Índia, África do Sul, e claro no Brasil. Estima-se que entre 2005 e 2010, 4 milhões de unidades do Logan foram produzidas.

f renault logan
Simples, mas espaçoso, o Logan criou a tendência dos compactos espaçosos que surgiria na década de 2010 (Foto Renault | Divulgação)

Por aqui, o modelo estreou em 2007. A filial brasileira da Renault percebeu que o Logan era o produto que ela precisava na região. Por aqui, ela fabricava o Clio e o Scenic. Mas carecia de um compacto de baixo custo.

Quando o Logan estreou por aqui, ele seguia a mesma filosofia. Um carro simples, com acabamento rudimentar e lista de conteúdos escassa. Mas caiu no gosto do comprador, pois tinha preço agressivo e um espaço interno que era ficção em sedãs como Fiat Siena, Chevrolet Corsa Sedan, Classic e Prisma, assim como no Ford Fiesta.

Sandero, Duster e segunda geração

O modelo se encaixou tão bem que a engenharia brasileira desenvolveu o Sandero a partir dele, lançado também em 2007. A família se completou em 2011, com a chegada do Duster.

Com o passar dos anos, a Renault percebeu que poderia refinar o logan. Em 2010 ele passou por facelift, com direito a adornos cromados. Até mesmo uma versão que combinava motor 1.6 16V com caixa automática de quatro marchas foi disponibilizada por volta de 2012.

renault sandero
Sandero foi desenvolvido pela engenharia brasileira e incorporado em outros mercados (Foto: Renault | Divulgação)

Com o Logan, a Renault conseguiu apagar o estigma de que o carro francês era frágil. Com uma suspensão robusta, adequada para mercados em desenvolvimento, era um carro pensado para as buraqueiras brasileiras e demais países onde foi produzido.

A primeira geração do Logan ficou em linha até 2013, quando a Renault apresentou a segunda geração que está no mercado até hoje (lá fora está na terceira). Hoje, o Logan ainda figura como opção para quem busca um sedã de baixo custo. Vendido apenas com motor 1.0 de 82 cv, o Logan parte de R$ 96 mil. Mais barato que ele apenas as versões de entrada de Fiat Cronos (R$ 93 mil) e Hyundai HB20S (R$ 95 mil).

Logan voador

Dacia Logan termina as 24 horas de Nurburgring
O Logan foi um dos 99 carros a terminar a corrida. (Foto: BRFoto)

O Logan é um carro tão pitoresco que em 2021, uma equipe de malucos preparou uma unidade de primeira geração para disputar as 24 Horas de Nurburgring. Equipado com motor 2.0 de 150 cv e conjunto de suspensão com ajuste semelhante ao do Sandero R.S. brasileiro, o Logan furioso não foi capaz de sobrepor aos poderosos Porsche 911, Audi R8, BMW M4 e demais GTs de alta performance. Mas completou a prova enquanto outros 22 bólidos ficaram pelo caminho.

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14 Comentários
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eu tenlho um primeira versao gosto muito dele igual da foto 14 de junho de 2024

pensa num carro bom apaichonei meu primeiro carro onde posso compra pesas baratas dele?????

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Tobias 13 de junho de 2024

Carro excelente para o uso comum diário. Espaço, robusto, econômico e confiável.

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Marcus A. M. de Lima 12 de junho de 2024

Possuo um Sandero Stepway 15/16, o carro me surpreende, realmente ele é robusto, mas tem seus pequenos defeitos, o marcador de combustível que fica louco do nada, a ausência de um marcador de temperatura. Mas no geral é um ótimo carro, espaçoso, enfrenta esses nossas estradas esburacadas e dificilmente me deixa na mão. Pena que não é mais produzido, pelo preço correto e justo valeria muito a pena adquirir uma unidade zero.

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Andre Rocha 13 de junho de 2024

Padrão dessa linha Renault. Solução que você terá que fazer sempre. Basta seguir os passos abaixo:
1 – abra o compartimento de fusíveis ao lado do painel
2 – gire a chave SEM dar a partida do motor
3 – remova o fusível de 5A do painel. Aguarde 10 segundos e recoloque ele no local.
4 – desligue o veiculo e ligue novamente
Segue link da imagem do fusível correto: https://i.ytimg.com/vi/bsVS5_AHvhE/hq720.jpg?sqp=-oaymwEhCK4FEIIDSFryq4qpAxMIARUAAAAAGAElAADIQj0AgKJD&rs=AOn4CLBt-g36tMhT8R42U_-XGL7nwpj_AA

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Andre Rocha 13 de junho de 2024

Quanto ao marcador de temperatura tem vídeos no youtbe ensinando a habilitar a temperatura do líquido de arrefecimento, mas não vale a pena habilitar, pois nunca andamos com ela sendo mostrada. Mas realmente carece de 1 mostrador físico da temperatura.

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GUMERCINDO 11 de junho de 2024

Tenho um Logan Icônic 1.6 câmbio automático de 6 marchas, banco de couro persponstado , controle no volante, se não me engano 105 CV. 4 anos não tem nem uma pecinha estragada. Se me oferecerem um carro novo, é bem provável que eu não aceite.

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Santiago 11 de junho de 2024

Se eu não estou enganado, o Logan inclusive inspirou a Toyota a desenvolver o Etios na sua filial indiana.
Uma receita totalmente acertada! E que só não se mantém ainda firme porque as montadoras retornaram à lógica medieval de se lucrar alto e o máximo possível em cima de cada unidade produzida, forjando modismos com modelos-fake superfaturados e com isso inflacionando todo o mercado.

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Andre Rocha 11 de junho de 2024

Tenho um Sandero 15/16 1.6 (8V). A ÚNICA coisa que tenho a reclamar do carango é o famigerado problema no marcador de combustível digital que marca errado!

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Andre Rocha 11 de junho de 2024

Tenho um Sandero 15/16 1.6 (8V). A ÚNICA coisa que tenho a reclamar do carango é o famigerado problema no marcador de combustível digital

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Sergio 12 de junho de 2024

O meu Logan 2014 também tem esse problema do marcador de combustível não marca corretamente.

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Andre Rocha 13 de junho de 2024

Exato! Por isso ando sempre com ele no modo de gasto aproximado de combustível em Litros. E ainda assim marca errado. No meu se o mostrador informar que gastou 10 litros sei que na verdade gastou entre 13,5 e 14 litros. E assim tenho feito e até o momento não fiquei na mão.

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Pedro 13 de junho de 2024

Pode ser problema na boia. Alguns mecânicos afirmam que diversas marcas de carro o borrachão da boia absorve o etanol e fica pesado e assim nunca marca corretamente.

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Andre Rocha 13 de junho de 2024

Não é problema na boia não, é a coisa mal calibrada mesmo. O Logan 17 do meu pai apresentou esse problema EM GARANTIA . Levou na concessionária, trocaram a boia e o problema persistiu. Daí fizeram o que todo mundo tem feito: removeram o fusível do painel (5A) e voltou a marcar corretamente. A Renault está ciente do problema e não aplica correção porque senão teria que fazer um recall gigante, tanto que nas revisões existe um procedimento interno que os mecânicos têm que aplicar para tentar corrigir o problema. E a coisa é tão mal calibrada que quando o mostrador exibe 1/2 tanque, na verdade você tem cerca de 15L ainda e olhe lá (ao invés do 25L que corresponde à metade da capacidade). E detalhe: abasteço seguindo a recomendação do manual e vou além… antes de abastecer paro 1 pouco antes da bomba, zero todas as informações do odômetro, média, km percorrido, paro na bomba e removo a chave da ignição e ainda assim volta e meia o problema retorna.

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Marcus A. M. de Lima 13 de junho de 2024

Não é problema na boia, basta fazer isso que o André disse, gira a chave, com o painel aceso mas sem dar partida remova o fusível e aguarde alguns minutos, recoloque o fusível no lugar e pronto, o marcador de combustível volta a funcionar, mas confesso que ficar fazendo isso é chato! O carro fica mais com a minha esposa e de vez em quando ela reclama que o carro está na reserva sem de fato estar, por garantia peço para ela parar no posto, assim não corro o risco de acontecer uma pane seca, quando ela chega em casa eu faço o procedimento acima descrito.

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