20 anos do Logan: o popular romeno que deu certo no Brasil
Desenvolvido pela Dacia para ser o carro de 5 mil euros, o Logan vingou e está em sua terceira geração lá na Europa
Desenvolvido pela Dacia para ser o carro de 5 mil euros, o Logan vingou e está em sua terceira geração lá na Europa
Outro dia, um funcionário do setor de manutenção de uma de uma concessionária (de uma marca apócrifa) disse a seguinte frase: “O carro vende bem se tiver preço, nem precisa ser bonito ou recheado”, enquanto assoprava o copinho de café. Se ele tivesse dito isso há 20 anos, certamente estaria se referindo ao Dacia Logan, que por aqui conhecemos como Renault Logan.
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O Logan foi desenvolvido pela marca romena do Grupo Renault. Era um carro pensado para o mercado do leste europeu, com economia mais frágil que os demais países banhados pelo Atlântico e Mediterrâneo.
A premissa da Dacia era construir um carro barato e inquebrável. Seu preço tinha sido fixado em 5 mil euros. Algo em torno de R$ 18 mil, naquela época.
Para ser barato, o Logan abriu mão de todo e qualquer refinamento. Era um carro com linhas retilíneas e estamparia simples. Nada de recortes sofisticados que demandariam que a chapa passasse por incontáveis prensas.
Os faróis eram de parábola simples (mais baratos), para-choque e grade eram integrados em uma mesma peça plástica. Por dentro, a simplicidade também imperava. Os retrovisores externos não tinham nem mesmo ajuste interno manual. O ajuste era com o dedão empurrando os espelhos.
Os comandos dos vidros foram posicionados no painel (como era no Gol G3) para economizar fiação passando pelas portas. Cada centavo economizado contava.
Sob o capô, o Logan teve vários motores, partindo de uma unidade 1.2 de 75 cv, assim como um bloco 1.4 (também com 75 cv) e um “vigoroso” 1.6 de 85 cv. As entregas de torque variam de 11 a 13 kgfm de torque. Quem quisesse mais força teria que apostar em um motor 1.5 turbodiesel.
Ao final das contas, o Logan chegou ao mercado partindo de 5.900 euros. Um valor um pouco mais caro que a meta inicial. Mesmo assim era um carro barato e acessível na região.
O resultado foi além do esperado e o Grupo Renault expandiu a produção para vários mercados. Além da Roménia, o Logan foi montado na Rússia, Marrocos, Colômbia, Irã, Índia, África do Sul, e claro no Brasil. Estima-se que entre 2005 e 2010, 4 milhões de unidades do Logan foram produzidas.
Por aqui, o modelo estreou em 2007. A filial brasileira da Renault percebeu que o Logan era o produto que ela precisava na região. Por aqui, ela fabricava o Clio e o Scenic. Mas carecia de um compacto de baixo custo.
Quando o Logan estreou por aqui, ele seguia a mesma filosofia. Um carro simples, com acabamento rudimentar e lista de conteúdos escassa. Mas caiu no gosto do comprador, pois tinha preço agressivo e um espaço interno que era ficção em sedãs como Fiat Siena, Chevrolet Corsa Sedan, Classic e Prisma, assim como no Ford Fiesta.
O modelo se encaixou tão bem que a engenharia brasileira desenvolveu o Sandero a partir dele, lançado também em 2007. A família se completou em 2011, com a chegada do Duster.
Com o passar dos anos, a Renault percebeu que poderia refinar o logan. Em 2010 ele passou por facelift, com direito a adornos cromados. Até mesmo uma versão que combinava motor 1.6 16V com caixa automática de quatro marchas foi disponibilizada por volta de 2012.
Com o Logan, a Renault conseguiu apagar o estigma de que o carro francês era frágil. Com uma suspensão robusta, adequada para mercados em desenvolvimento, era um carro pensado para as buraqueiras brasileiras e demais países onde foi produzido.
A primeira geração do Logan ficou em linha até 2013, quando a Renault apresentou a segunda geração que está no mercado até hoje (lá fora está na terceira). Hoje, o Logan ainda figura como opção para quem busca um sedã de baixo custo. Vendido apenas com motor 1.0 de 82 cv, o Logan parte de R$ 96 mil. Mais barato que ele apenas as versões de entrada de Fiat Cronos (R$ 93 mil) e Hyundai HB20S (R$ 95 mil).
O Logan é um carro tão pitoresco que em 2021, uma equipe de malucos preparou uma unidade de primeira geração para disputar as 24 Horas de Nurburgring. Equipado com motor 2.0 de 150 cv e conjunto de suspensão com ajuste semelhante ao do Sandero R.S. brasileiro, o Logan furioso não foi capaz de sobrepor aos poderosos Porsche 911, Audi R8, BMW M4 e demais GTs de alta performance. Mas completou a prova enquanto outros 22 bólidos ficaram pelo caminho.
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pensa num carro bom apaichonei meu primeiro carro onde posso compra pesas baratas dele?????
Carro excelente para o uso comum diário. Espaço, robusto, econômico e confiável.
Possuo um Sandero Stepway 15/16, o carro me surpreende, realmente ele é robusto, mas tem seus pequenos defeitos, o marcador de combustível que fica louco do nada, a ausência de um marcador de temperatura. Mas no geral é um ótimo carro, espaçoso, enfrenta esses nossas estradas esburacadas e dificilmente me deixa na mão. Pena que não é mais produzido, pelo preço correto e justo valeria muito a pena adquirir uma unidade zero.
Padrão dessa linha Renault. Solução que você terá que fazer sempre. Basta seguir os passos abaixo:
1 – abra o compartimento de fusíveis ao lado do painel
2 – gire a chave SEM dar a partida do motor
3 – remova o fusível de 5A do painel. Aguarde 10 segundos e recoloque ele no local.
4 – desligue o veiculo e ligue novamente
Segue link da imagem do fusível correto: https://i.ytimg.com/vi/bsVS5_AHvhE/hq720.jpg?sqp=-oaymwEhCK4FEIIDSFryq4qpAxMIARUAAAAAGAElAADIQj0AgKJD&rs=AOn4CLBt-g36tMhT8R42U_-XGL7nwpj_AA
Quanto ao marcador de temperatura tem vídeos no youtbe ensinando a habilitar a temperatura do líquido de arrefecimento, mas não vale a pena habilitar, pois nunca andamos com ela sendo mostrada. Mas realmente carece de 1 mostrador físico da temperatura.
Tenho um Logan Icônic 1.6 câmbio automático de 6 marchas, banco de couro persponstado , controle no volante, se não me engano 105 CV. 4 anos não tem nem uma pecinha estragada. Se me oferecerem um carro novo, é bem provável que eu não aceite.
Se eu não estou enganado, o Logan inclusive inspirou a Toyota a desenvolver o Etios na sua filial indiana.
Uma receita totalmente acertada! E que só não se mantém ainda firme porque as montadoras retornaram à lógica medieval de se lucrar alto e o máximo possível em cima de cada unidade produzida, forjando modismos com modelos-fake superfaturados e com isso inflacionando todo o mercado.
Tenho um Sandero 15/16 1.6 (8V). A ÚNICA coisa que tenho a reclamar do carango é o famigerado problema no marcador de combustível digital que marca errado!
Tenho um Sandero 15/16 1.6 (8V). A ÚNICA coisa que tenho a reclamar do carango é o famigerado problema no marcador de combustível digital
O meu Logan 2014 também tem esse problema do marcador de combustível não marca corretamente.
Exato! Por isso ando sempre com ele no modo de gasto aproximado de combustível em Litros. E ainda assim marca errado. No meu se o mostrador informar que gastou 10 litros sei que na verdade gastou entre 13,5 e 14 litros. E assim tenho feito e até o momento não fiquei na mão.
Pode ser problema na boia. Alguns mecânicos afirmam que diversas marcas de carro o borrachão da boia absorve o etanol e fica pesado e assim nunca marca corretamente.
Não é problema na boia não, é a coisa mal calibrada mesmo. O Logan 17 do meu pai apresentou esse problema EM GARANTIA . Levou na concessionária, trocaram a boia e o problema persistiu. Daí fizeram o que todo mundo tem feito: removeram o fusível do painel (5A) e voltou a marcar corretamente. A Renault está ciente do problema e não aplica correção porque senão teria que fazer um recall gigante, tanto que nas revisões existe um procedimento interno que os mecânicos têm que aplicar para tentar corrigir o problema. E a coisa é tão mal calibrada que quando o mostrador exibe 1/2 tanque, na verdade você tem cerca de 15L ainda e olhe lá (ao invés do 25L que corresponde à metade da capacidade). E detalhe: abasteço seguindo a recomendação do manual e vou além… antes de abastecer paro 1 pouco antes da bomba, zero todas as informações do odômetro, média, km percorrido, paro na bomba e removo a chave da ignição e ainda assim volta e meia o problema retorna.
Não é problema na boia, basta fazer isso que o André disse, gira a chave, com o painel aceso mas sem dar partida remova o fusível e aguarde alguns minutos, recoloque o fusível no lugar e pronto, o marcador de combustível volta a funcionar, mas confesso que ficar fazendo isso é chato! O carro fica mais com a minha esposa e de vez em quando ela reclama que o carro está na reserva sem de fato estar, por garantia peço para ela parar no posto, assim não corro o risco de acontecer uma pane seca, quando ela chega em casa eu faço o procedimento acima descrito.