Veja exemplos de com a gambiarra automotiva pode ser elevada a outro nível, com customizações e réplicas que impressionam pela criatividade
Se você não tem dinheiro para comprar um novo, faça você mesmo! Esse é o lema que algumas pessoas levaram a sério, até demais, e resolveram aplicar em seus veículos. Você já imaginou transformar seu carro popular em um super carro? Pois é, alguns motoristas já fizeram isso.
E olha que várias dessas gambiarras automotivas colocam o programa lata-velha do antigo Caldeirão do Huck no chinelo. O objetivo é transformar carros acessíveis, comuns e até mesmo velhos em modelos da Ferrari, Bugatti, Lamborghini, Tesla, entre outros. Confira alguns exemplos de Do It Yourself (DIY) mais inusitados.
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Um youtuber inglês decidiu que queria ir até Mônaco e ‘tirar onda’ com seu carro nos locais mais chiques da terra dos bilionários. Mas, para concluir essa missão ele teve que transformar seu Ford Street Ka em um Bugatti Veyron.
Para transformar o carro popular em um super carro, ele utilizou algumas peças sobressalentes, aerofólio, painéis, emblemas, tintas em spray e entre outras partes para replicar o modelo esportivo e inclusive sua pintura icônica. Com o carro transformado ele se juntou com um amigo que também tinha feito um Ferrari Mansory fake para enfrentar uma viagem de 20 horas até o outro país.
Mas, como nem tudo são flores, os dois veículos enfrentaram vários problemas no percurso como vários superaquecimentos, rachaduras no reservatório do líquido de arrefecimento e dificuldades na condução. Porém, no fim das contas, finalmente chegaram ao centro de Mônaco para tentar um tratamento VIP com seus carros populares maquiados.
Lá, um famoso car spotter, um influenciador que filma super carros nas ruas, postou o Bugatti Veyron de mentirinha, que viralizou. Quando chegou a um famoso Cassino de Monte Carlo que tem entrada restrita e dedicada apenas aos automóveis mais caros e famosos, o produtor de conteúdo teve uma surpresa.
Depois de pedir com jeitinho para a segurança, a entrada Bugatti fake foi permitida e o modelo acabou fazendo muito sucesso no estacionamento do Cassino, com vários compartilhamentos nas mídias sociais.
Saindo da Europa e indo para o Brasil, é possível encontrar mais uma loucura da gambiarra automotiva, que dessa vez foi bem mais elaborada. O influenciador Tiu Luquinha, que ficou conhecido por customizar automóveis e publicar o processo e os resultados na internet, resolveu transformar um Fusquinha 1973 no polêmico Tesla Cybertruck. O processo de customização artesanal do carro popular, que custou apenas R$ 1.000 durou mais de 8 meses e foi concluído com muito trabalho e criatividade.
O influencer publicou cada etapa do processo em seu canal no YouTube, desde a aquisição do Fusca e da preparação do chassi e motor, até a construção da carroceria, ajustes mecânicos e acabamentos finais. Inclusive, além do chassi e do motor, várias outras partes e peças do clássico da VW foram utilizados na construção do Cybertruck. Tiu destacou os perrengues e soluções, levantando grandes expectativas de seus seguidores.
Atualmente o veículo batizado de CyberFusca já está pronto para rodar e inclusive já foi alvo de alguns testes feitos por Luquinha.
Além dos experimentos divertidos que são feitos a partir dessas gambiarras automotivas, há quem tenta transformar carros populares em super carros e ainda ganhar dinheiro com isso. Em 2019, no estado de Santa Catarina a Polícia Civil descobriu uma fábrica que produzia réplicas de esportivos de luxo das marcas Ferrari e Lamborghini, após denúncia das próprias montadoras italianas.
O galpão clandestino que ficava em Itajaí era o local de montagem desses modelos fakes que eram exibidos nas redes sociais e custavam cerca de 8% do valor cobrado nos modelos originais. Lá foram encontrados chassis, moldes, ferramentas e peças de acabamento usados na confecção.
As réplicas eram fabricadas com peças adulteradas e equipadas com conjuntos mecânicos de modelos antigos como o Chevrolet Omega. Os superesportivos falsos eram vendidos por valores entre R$ 180 mil e R$ 250 mil, bem abaixo das cifras pedidas nos originais, que custam entre de R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões.
Passando para o Centro-oeste do país, um primo predecessor do CyberFusca foi criado na cidade de Rondonópolis (MT) e fez tanto sucesso que foi parar na televisão. Tudo isso porque Edimar Goulart usou o que tinha para realizar seu sonho de ter um modelo esportivo italiano.
O jovem idealizou e executou um protótipo totalmente artesanal, inspirado em um modelo da Lamborghini a partir do seu Fiat Uno 2003 com uma renda de dois salários mínimos. Com a ajuda de amigos, um orçamento restrito, várias alterações e muita criatividade, Edimar transformou a carroceria do Uninho Mille 1.0 em um Lamborghini Aventador.
A criação foi batizada de Lamborghuno e custou mais de R$ 30 mil e estrelou um comercial para uma rede de postos de combustíveis, que inclusive teve narração de Galvão Bueno, com direito ao bordão “olha o que ele fez, olha o que ele fez”. No entanto, em 2020, o design do carro popular maquiado de esportivo teve que ser alterado devido a uma notificação extrajudicial de um escritório de advocacia de São Paulo, representando a Lamborghini.
Isso gerou comoção nacional e fez com que Edimar recebesse convites de lojas revendedoras de veículos de luxo para conhecer o modelo que serviu de inspiração, o Lamborghini Aventador.
Outra transformação de carro popular em super carro também terminou em processo. Nesse caso, o alvo do processo foi um dentista brasileiro chamado Vitor Estevan que começou a criar uma réplica de uma Ferrari F40 no quintal de sua casa, em Cachoeira Paulista (SP).
O carro começou a ser construído artesanalmente em 2017 como um projeto pessoal do dentista. No entanto, o problema começou quando ele resolveu vender o modelo ainda inacabado e teve o anúncio encontrado pela Ferrari, que deu início ao processo.
A marca italiana acusou o brasileiro de plágio e uso indevido da marca e dos desenhos dos carros. A famosa montadora contratou um advogado brasileiro que fez a denúncia por infração à lei de patentes. No processo, consta que o dentista usou propriedade intelectual da Ferrari para criar o carro com fins lucrativos e a intenção era de que a réplica fosse destruída
De acordo com Victor Estevan, ele passava por dificuldades financeiras na época, por isso anunciou a Ferrari fake na internet. No final de 2024 o caso ainda se arrastava enquanto a marca tenta judicialmente receber a indenização. O valor atualizado da dívida é de R$ 42,5 mil. A Justiça fez buscas nas contas bancárias do dentista, e encontrou R$ 887,74, que foram bloqueados.
Durante a disputa judicial, o dentista também chegou a processar a montadora pedindo indenização de R$ 100 mil por danos morais, o que foi negado. Ele alegou que teve que passar por tratamento psicológico, reflexo dos impactos sofridos pela exposição depois do caso ser exposto pela empresa e a réplica ser apreendida.
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