Más ideias: 5 carros que tentaram prever o futuro, mas erraram feio
Modelos mirabolantes apostaram em novos tipos de propulsão e em materiais incomuns, mas, na prática, não vingaram
Modelos mirabolantes apostaram em novos tipos de propulsão e em materiais incomuns, mas, na prática, não vingaram
Prever o futuro é tarefa impossível, mas muitos já tentaram, inclusive fabricantes de carros. Entre protótipos e projetos altamente experimentais, surgem modelos que tentam lançar tecnologias e tendências. Eventualmente, alguns deles até conseguem antever o tempo, mas muitos acabam errando, e feio!
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O listão de hoje é exatamente sobre eles: enumeramos 5 carros que tentaram prever o futuro da indústria, mas acabaram entrando para a história como enormes equívocos! Ao menos, não se pode negar que os projetos demonstram criatividade e arrojo. Confira!
Na década de 1950, em especial nos Estados Unidos, a temática aeroespacial foi fonte de inspiração para a indústria de veículos. Elementos de estilo que emulavam foguetes, asas e ogivas eram comuns em modelos de luxo. Não parece tão estranho, portanto, que a Chrysler tenha projetado um automóvel movido por turbina a gás!
Entre 1962 e 1963, a Chrysler fabricou 55 unidades, incluindo os protótipos, do Turbine Car. O veículo tinha design assinado pelo estúdio italiano Ghia. Trata-se do mais famoso projeto desse tipo, mas existiram outros carros do futuro movidos por turbinas: a Ford chegou a construir até um caminhão com esse tipo de propulsão.
No fim das contas, a Chrysler desistiu da propulsão a turbina por diferentes motivos, entre os quais elevado custo de produção e altos níveis de ruído e de consumo de combustível. Nas décadas seguintes, as crises do petróleo e o surgimento de leis para regular emissões de poluentes enterraram de vez essa ideia.
O que poderia ser mais radical que um automóvel movido a turbinas? Um similar impulsionado por energia nuclear, é claro! Dessa vez, a ideia coube à Ford, que idealizou o modelo Nucleon em 1958: nada menos que 4 anos antes de a Chrysler apresentar o Turbine.
Ao contrário da marca rival, porém, a Ford não construiu unidades funcionais do Nucleon: apenas uma maquete em escala reduzida do modelo ganhou forma. De qualquer modo, o projeto chegou a prever que o reator de fissão nuclear, que aqueceria água para movimentar um motor a vapor, seria reabastecido com urânio! Cada “recarga” proporcionaria autonomia de aproximadamente 8.000 km!
O caso é que a Ford acabou percebendo que seus carros atômicos não teriam muito futuro. Afinal, urânio é um elemento escasso e radioativo, com potencial de causar grandes contaminações em procedimentos de abastecimento ou até mesmo em acidentes de trânsito. Ademais, apesar de não emitir gases poluentes, esse método de propulsão gera resíduos de altamente tóxicos.
Sim, outro Ford na lista de carros do futuro que erraram feio! O apelido de “Hemp Car” não é mero acaso: o modelo tinha uma carroceria feita com cânhamo, uma fibra extraída da maconha, mas com quantidades mínimas ou nulas de tetra-hidrocanabinol (THC), substância psicoativa da erva.
Na verdade, a carroceria do veículo tinha como base diversos tipos de fibras vegetais, provenientes de soja, celulose e pinus: o cânhamo respondia por cerca de 10% dessa mistura. Henry Ford em pessoa teria apregoado as vantagens desse material, entre as quais maior leveza e resistência em relação ao aço.
Se, por um lado, a associação com a droga fez com que o “Hemp Car” acabasse esquecido até dentro da própria Ford, por outro é impossível negar que o projeto acertou em alguns aspectos. Nos veículos atuais, o aço vem dando lugar a fibras e plásticos até em peças estruturais. Outro ponto no qual o modelo mostrou-se à frente do tempo é na mecânica. Isso porque o motor V8 queimava etanol destilado do cânhamo: um legítimo biocombustível.
Vários fabricantes já vislumbraram que, no futuro, o volante dos carros seria substituído por um joystick. Diversos protótipos não-funcionais, inclusive, já exibiram essa solução em motorshows ao redor do mundo, especialmente durante as décadas de 1990 e 2000. Porém, a sueca Saab parece ter sido a que levou essa ideia mais a sério: chegou a testá-la no sedã 9000.
A iniciativa fazia parte do programa Prometheus, um projeto que uniu, entre 1987 e 1995, diversos fabricantes europeus para desenvolver novas tecnologias veiculares. A Saab fez uma série de testes com o protótipo a partir de 1992, mas o joystick nunca chegou a substituir o tradicional volante, nem nos automóveis da marca sueca nem nos concorrentes.
A utilização do joystick até apresentava uma vantagem: ao abrir espaço no painel diante do motorista, permitia a instalação de um airbag mais eficiente, capaz de proteger toda a parte superior do corpo. Entretanto, existiam problemas como cansaço ao manusear a manete por longos períodos e dificuldade para operá-la. Atualmente, carros totalmente autônomos parecem mais próximos do futuro do que essa solução da Saab.
A ideia de que, no futuro, os carros voarão é tão antiga quanto o avião. Ao longo dos últimos 100 anos, não faltaram protótipos desse gênero, quase todos independentes, projetados por inventores ou por pequenas empresas. Esse porém, não é o caso do Sky Commuter, desenvolvido por ninguém menos que a Boeing, durante a década de 1980.
Do ponto de vista de projeto, parece ser inconciliável mesclar um carro com um avião. Mas a Boeing até que chegou perto ao adotar soluções interessantes: em vez de asas, o modelo exibia três pequenas hélices horizontais, com princípio de voo semelhante ao de um helicóptero. Tudo movimentado por uma turbina, que impulsionaria o veículo para frente.
O projeto ainda incluía uma cabine de dois lugares e três rodas para movimentação em terra. Entretanto, após construir três protótipos, a Boeing abortou o do Sky Commuter sem revelar muitas informações. O caso é que, ainda que o projeto fosse operacionalmente viável, esbarraria em questões legais: na prática, o tripulante de um carro voador teria que seguir as mesmíssimas regras aeronáuticas impostas aos pilotos.
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Gostei muito do conceito do carro com joystick, muito interessante. Se o joystick tivesse os comandos de aceleração, frenagem e engate da marcha à ré, poderia ser utilizado também por PCDs (pessoas com deficiência) sem necessidade de adaptações. Lamentável que a idéia não prosperou.
Não entendo proibir o Turbine Car e permitir hoje em dia helicóptero. Na terra não pode poluir o ar, mas no ar pode. Daqui a pouco só rico terá carro elétrico.
Ford “Hemp Car” foi a melhor ideia.
Penso que a Ford deveria ter dado continuidade.
A Ford não só deu continuidade como também apostou em paradas gays e pornografia (nos EUA ) ,pena que o povo não saiba dos predicados dela…