Como o acordo comercial entre Mercosul e UE afetará a indústria
Essa parceria transatlântica possui especificidades para a indústria de automóveis e salvaguardas para evitar um balanço desfavorável
Essa parceria transatlântica possui especificidades para a indústria de automóveis e salvaguardas para evitar um balanço desfavorável
O acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul foi oficializado na última sexta (6). Um de seus benefícios para os brasileiros será a redução nos impostos de importação dos carros europeus, que hoje pagam a alíquota “cheia” de 35%.
As reduções das tarifas serão graduais. Para o setor automotivo foi estipulada uma diminuição anual do imposto até ser zerado daqui 15 anos. Para carros elétricos e híbridos o prazo é maior, 18 anos.
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No texto do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul foi estabelecidos mecanismos de salvaguarda para caso haja um excesso de importações que coloque a indústria nacional em risco. O mesmo existe no outro lado do atlântico.
De acordo com o portal Auto Indústria, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) foi favorável ao acordo bilateral que beneficia ambas as partes. A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (Acea) também apoiou o acordo comercial.
Segundo os europeus, esse trato criará uma das maiores zonas de comércio livre a nível mundial. Ele irá contribuir para fortalecer a competitividade global dos fabricantes europeus.
Atualmente o Brasil não exporta carros para a Europa. Os principais mercados que recebem nossos veículos são latino-americanos. Alguns projetos criados aqui chegam em outras partes do mundo através de produção no exterior, como o Jeep Commander vendido no Japão e o Renault Kardian marroquino.
Com esse acordo pode ser aberta as portas para a exportação de carros feitos por aqui que são similares aos vendidos na Europa, como o Jeep Compass e o Honda HR-V.
Atualmente a maior parte dos carros europeus vendidos no Brasil são modelos de marca premium. Há algumas exceções, como o Kia Sportage, o Renault Megane E-Tech e os furgões grandes da Stellantis.
O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia tirará a dependência que algumas montadoras possuem no México, que limita as opções importados.
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* CORREÇÃO:
“Tanto assim que a única oposição do lado de lá, CONTRA esse acordo, vem exatamente dos paises-celeiro europeus…”
É importante mesmo que haja boas salvaguardas para controlar e balancear as coisas, principalmente por nós.
Embora os competidores mais lembrados sejam os chineses, não podemos nos esquecer que a indústria europeia é incomparavelmente mais competitiva do que a nossa. Acrescentando ainda que as maiores montadoras no Brasil são europeias, com interesses e decisões finais lá na Europa.
Tanto assim que a única oposição do lado de lá por esse acordo, vem exatamente dos paises-celeiro europeus, preocupados com a competição do nosso agronegócio (latifundiário e monocultor de alta escala) contra a agropecuária europeia (gestão familiar em pequenas e médias propriedades, muito produtiva sim, ambientalmente muito mais amigável, e socialmente bem mais democrática).
Dependesse apenas da indústria e dos serviços, os europeus já estariam unanimemente decididos há tempos, e até nos pressionando em peso por esse acordo.
* CORREÇÃO:
“Tanto assim que a única oposição do lado de lá, CONTRA esse acordo, vem exatamente dos paises-celeiro europeus…”.